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Réus são interrogados em julgamento por morte de família após batida de veículo em Porto Alegre

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Após a oitiva das testemunhas de acusação e defesa, foram interrogados os réus Dionathá Bitencourt Vidaletti e Neuza Regina Bitencourt Vidaletti, filho e mãe acusados do crime que resultou na morte de uma família (mulher, marido e filho), em 26 de janeiro de 2020, no bairro Lami, em Porto Alegre. O crime ocorreu após a ocorrência de uma batida do veículo das vítimas na caminhonete do réu que estava estacionada em via pública.

Dionathá responde pelos três homicídios das vítimas Rafael Zanete da Silva, Fabiana da Silveira Innocente Silva e do filho deles, Gabriel Innocente Silva). Neuza foi pronunciada pelo crime de disparo de arma de fogo.

Ambos só responderam aos questionamentos da defesa e da Juíza de Direito Anna Alice Schuh, que preside o julgamento realizado desde a manhã desta segunda-feira (11), no Foro Central.

Primeiro a depor, o réu disse ter efetuado os disparos para proteger ele e a mãe das agressões físicas que teriam sofrido por parte das vítimas. Relatou que estava com a arma do pai na caminhonete, pois pretendia ir até um sítio que herdou da avó nas proximidades. O local, segundo ele, não era seguro e tinha ocorrências de roubos.

Segundo o réu, ao ouvir a batida do veículo das vítimas em sua caminhonete estacionada em frente a casa da avó, resolveu sair atrás do carro para responsabilizá-los pelo ocorrido.

“Segui atrás deles, buzinei, dei sinal de luz, não quiseram parar. Quando cheguei no asfalto, forcei a parada deles, embicando na frente deles. Eles já desceram muito alterados”, disse. Destacou também que as vítimas teriam investido para cima dele e da mãe. Nesse momento, a ré teria pego a arma e feito um disparo somente para cessar as agressões. Segundo ele, sem êxito na tentativa, ele pegou a arma da mãe e atirou nas vítimas.

Em seguida, foi ouvida a ré Neuza. Ela disse que não quis deixar o filho ir sozinho atrás do carro e que a intenção era cobrá-los pela batida. Disse ter entrado no banco traseiro e que não imaginava que a arma estava no carro. Ao perceber que as discussões não cessavam, decidiu efetuar um disparo “de advertência”.

“Chegamos lá para conversar. Ele não teve intenção de matar. Quando saímos do carro parecia que nós estávamos errados. A gente tentou entrar em diálogo, mas não teve como. Só vi meu filho correndo e ele gritou: ‘liga para a polícia’. Vi ele no chão e os dois chutando ele. Pensei: vou tentar intervir com disparo de advertência”, relatou.

Ela contou que, em visita ao presídio, o filho (réu) disse que queria pedir perdão para o menino (o filho de 8 anos do casal que não foi atingido). “Levei um bom tempo para tirar isso da cabeça dele, porque isso não ia adiantar. Ele dizia: o menino viu tudo, mãe”.

A pedido das partes e concordância dos jurados, o julgamento foi interrompido para retornar amanhã, terça-feira (12), a partir das 8h com os debates da acusação e da defesa.

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