English EN Portuguese PT Spanish ES

CASO SEGUE SEM ACORDO: Paper não aparece em reunião com J&F que poderia encerrar maior briga empresarial do país

jurinews.com.br

Compartilhe

A Paper Excellence faltou a uma reunião nesta terça-feira (23) que poderia colocar fim à maior disputa empresarial em curso no país pelo controle da Eldorado Celulose e liberar investimentos de cerca de R$ 20 bilhões na empresa.

A J&F estava disposta a devolver imediatamente os R$ 3,77 bilhões que a Paper Excellence já pagou por 49,41% da Eldorado e desfazer o contrato de venda de 100% da empresa para os indonésios, cumprindo uma recomendação do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

O distrato voluntário permitiria a construção da Linha 2 da Eldorado, um investimento de R$ 20 bilhões no município de Três Lagoas (MS), com geração de 10 mil empregos, que já está previsto no Plano de Investimentos do grupo J&F.

Mesmo assim, nenhum representante do empresário indonésio Jackson Wijaya, dono da Paper, compareceu à reunião em São Paulo, agendada por uma notificação extrajudicial da J&F Investimentos.

O objetivo da notificação era cumprir uma recomendação feita em uma nota técnica emitida pelo Incra em dezembro, que concluiu que a Paper Excellence não poderia ter assinado o contrato de compra da Eldorado sem antes ter obtido a autorização do Congresso Nacional para a compra e o arrendamento de terras por estrangeiros.

A Eldorado controla cerca de 400 mil hectares de terras no Mato Grosso do Sul, que deixariam de ser controladas por uma empresa brasileira, a J&F, e passariam a ter controle estrangeiro. Por isso a autorização prévia é exigida por lei e, na falta dela, o Incra abriu às empresas a possibilidade de desfazer voluntariamente o negócio. Isso evitaria a condenação das empresas e a imposição de sanções por terem celebrado negócio sem autorização legal.

Além do Incra, a Advocacia-Geral da União (AGU) e duas instâncias do Ministério Público Federal (MPF) já se manifestaram pela nulidade do contrato. Todos concluíram que a multinacional precisava ter cumprido a legislação fundiária sobre a compra ou o arrendamento de terras por estrangeiros e solicitado autorização prévia do Congresso e do Executivo, antes da assinatura do contrato de compra da Eldorado, em 2017.

Devido à falta da autorização do Incra e do Congresso, uma liminar do Tribunal Regional Federal da 4a Região mantém suspenso de qualquer ato de transferência de controle da Eldorado.

Deixe um comentário

TV JURINEWS

Apoio

Newsletters JuriNews

As principais notícias e o melhor do nosso conteúdo, direto no seu email.