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Comissão da OAB-RJ analisa possíveis formas para gerar renda de modo sustentável

Imagem: Bruno Mirandella/ Reprodução

jurinews.com.br

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A Comissão Especial de Gestão e Empreendedorismo Jurídico da OABRJ realizou na última terça-feira (10), um evento que discutiu possíveis formas de usar o empreendedorismo e fomentar projetos com olhar mais social. O objetivo da comissão, segundo a presidente do grupo, Simone Amara Fernandes, é impulsionar a carreira individual de advogados e advogadas sem perder o espírito coletivo.

“A nossa comissão trabalha para promover e incentivar os colegas a investir em suas formações e carreira, entendendo que é preciso empreender em si mesmo, sem esquecer de ter uma visão mais coletiva”, disse Simone Amara.

“Há diversos exemplos no mercado e precisamos dessas pessoas e das dicas dadas aqui, para estimular ainda mais projetos empreendedores, pois todos têm a chance de crescer e se desenvolver cada vez mais. Quero deixar enfatizado que esta é a casa da democracia, ou seja, a Ordem é a casa da sociedade e nada mais justo que falar de temas voltados a todos”, acrescenta a presidente.

Abordando o universo de possibilidades que o empreendedorismo pode proporcionar, os palestrantes destacaram as diferentes áreas e possibilidades de mercado para quem deseja investir nos negócios.

Entre os temas discutidos estiveram, por exemplo, a realidade da coleta de óleo nas ruas e os impactos ambientais; como o empreendedorismo social caracteriza-se; economia colaborativa sustentável; o poder da moda em transformação no empreendedorismo social; luz sobre o papel social, ecológico e sustentável da coleta de óleo; e a revelação de talentos e transformações que podem gerar na vida de uma pessoa.

Gestor de Projetos de Empreendedorismo Social do Sebrae/RJ, Guilherme Allan Santos destacou temáticas que fazem do empreendedorismo um grande impulsionador para geração de empregos.

“O empreendedorismo surge a partir de um cenário de desigualdade social em um país que ainda é desigual. A maioria dos empreendedores têm um acesso limitado à educação e qualificação profissional e temos que promover cursos de formação que gerem renda para essas pessoas”, observou Guilherme.

“A economia informal trouxe muitas mudanças no mercado de trabalho, e de acordo com dados, hoje existem mais CNPJs ativos do que contratos CLT, e isso se dá muito pelo perfil de jovens que querem ingressar no mercado já empreendendo. Existem grandes dificuldades, mas também podemos perceber no empreendedorismo social, como uma chave transformadora de possibilidades”.

Outros convidados também participaram do evento, como a presidente, fundadora e CEO da Valores e Negócios, Simone Soares; o designer de Moda/Slow Fashion Genderless, Betto Gomes; o fundador e CEO da Rede Cineplaneta, embaixador do Make Music Day e da Valores e Negócios, Paulo Araújo; e os representantes da Cooperativa de Recolhimento de Óleo (Cooverj): a presidente, Fay Antunes; a vice-presidente, Ricardo Cunha; e gestora ambiental parceira da cooperativa, Viviane Logullo.

Ricardo Cunha expôs os desafios enfrentados pelos trabalhadores informais. Segundo o vice-presidente da Cooverj são mais de 3 mil pessoas atuando nesta função, sendo esta, a única fonte de renda.

“Boa parte dos coletores são moradores de área de risco. Muitos desde pequeno só trabalham com coleta de óleo, e isso é o único meio de gerar renda para si próprio e para a família”, contou Cunha.

“Vivemos sob condições de trabalho, em sua maioria, insalubres com contato de roedores, debaixo de sol e chuva e usando veículos inseguros. Você [trabalhador] sai de casa pela manhã com seu próprio carro, dinheiro e disposição, mais nada. Estamos em todos os lugares, nas favelas, restaurantes e em todos os locais que possam nos fornecer óleo para reutilizar”.

O impacto social da moda usada para desenhar a vida de jovens que visam o empreendedorismo foi o mote da fala do design Betto Gomes. Ele apresentou os modelos feitos em um pequeno desfile no Plenário Evandro Lins e Silva, na sede da Seccional, além de explicar como o uso de peças sustentáveis pode favorecer o mercado.

“Além do cunho agênero, também prezo pelo trabalho sustentável nos meus designs, pois a roupa não tem sexo e significa liberdade para uso em vários corpos diferentes”, declarou Betto.

“Somos o primeiro ateliê agênero e sustentável do Complexo da Maré. Trabalhamos com tecidos excedentes da indústria, e nos os feitos com retalhos e patchworks. Na marca, buscamos sempre a melhor maneira de trabalhar o produto com menos impacto e com responsabilidade ambiental e social. Não basta ser só ‘verde’, temos que preservar o mundo”.

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