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TJ-MG aprova verba retroativa para magistrados que custará R$ 5 bilhões

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O Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) aprovou o pagamento de verbas retroativas a 2006, a serem acrescentadas aos salários dos juízes e desembargadores do estado. Nos cálculos do presidente da Corte, desembargador Arthur Carvalho, o custo será de cerca de R$ 5 bilhões, entre vários “penduricalhos”, como o adicional do tempo de serviço, ou quinquênio.

A contragosto dos colegas de plenário, ele defendeu que o caso seja analisado pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) antes que qualquer pagamento seja feito.

“Eu não vou fazer um pagamento de R$ 5 bilhões sem submeter esse valor ao CNJ. Tenho certeza de que qualquer um dos senhores não faria de outra maneira”, disse Carvalho durante a votação unânime — o Órgão Especial do tribunal é formado por 25 desembargadores, mas não foi divulgado se todos estavam presentes na sessão.

Em uma petição ao CNJ nesta semana, Carvalho disse que uma parte dos pagamentos é correta e incontroversa. Essa parcela, cujo valor se ignora, foi creditada na conta dos magistrados em 1º de outubro. A outra parte só vai ser paga com o aval do conselho, afirmou o desembargador.

Procurada pelo UOL, a assessoria do TJ-MG disse que a estimativa precisa do custo do pagamento de verbas retroativas ainda está sendo quantificada.

O valor de R$ 5 bilhões seria o suficiente para bancar quase um mês do Auxílio Brasil quando ele ainda era de R$ 400. Antes de ser elevado, o benefício consumia R$ 7 bilhões por mês — são 18 milhões de famílias atendidas.

Tribunal do Rio começou

O TJ-MG justificou a decisão de pagar verbas retroativas após o tribunal fluminense aprovar pagamentos semelhantes no ano passado, como o UOL revelou. No Rio, até os promotores — que integram o Ministério Público — se movimentaram para obter as verbas retroativas, principalmente adicional de tempo de serviço.

Em Minas, os colegas de Carvalho criticam seu posicionamento — de consulta ao CNJ — mesmo depois de serem informados do volume de dinheiro a ser desembolsado dos cofres públicos. O UOL obteve uma das cópias do vídeo da sessão na qual um desembargador — não é possível identificar qual deles pelas imagens — disse que o corregedor do CNJ, ministro Luís Felipe Salomão, tem origem na magistratura do Rio, que já recebe o benefício.

“Presidente, eu acho que não vai ter problema nenhum, não, porque o ministro Salomão tá recebendo [pelo] Rio”, diz o desembargador, antes de emendar uma risada.

Com informações do UOL

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