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Mulher que fez ataques homofóbicos é condenada a indenizar vítima em R$ 20 mil

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Doença mental não justifica insultos e ataques homofóficos. Com esse entendimento, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) negou, por unanimidade, o recurso de Luciana de Oliveira e manteve sentença que a condenou a pagar indenização por danos morais de R$ 20 mil por proferir insultos homofóbicos contra Luiz Eduardo Silva.

O caso aconteceu em 2018 na cidade de Volta Redonda. No começo da noite, Silva foi com seu amigo até um posto para comprar um lanche. No caminho de volta, Luciana o golpeou com suas compras de supermercado, começando a gritar e o xingar da seguinte forma: “Viado, viadinho, você vai para o inferno, homossexual, nojento, imundo, asqueroso, debochado”. As ofensas foram filmadas por Silva.

À revelia, o juízo de primeira instância condenou a mulher a pagar indenização por danos morais de R$ 20 mil. Em apelação, Luciana pediu a anulação do processo, alegando que sofre de esquizofrenia paranoide.

A relatora do caso no TJ-RJ, desembargadora Andréa Pachá, apontou que, a partir do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), quem tem deficiência intelectual ou mental é considerado plenamente capaz de ser citado no processo, desde que seu grau de comprometimento não afete a capacidade de expressar a própria vontade.

“Assim, a apelante, acometida de doença psiquiátrica, tem preservada sua capacidade civil, exceto se a curatela for requerida, e comprovada a sua necessidade”, destacou a magistrada, ressaltando que a família, “que poderia e deveria ter buscado a nomeação de curador, nada fez”.

Andréa Pachá também afirmou que doença mental não justifica atos homofóbicos. E declarou que Luciana não comprovou que as ofensas contra o homem ocorreram em razão de sua condição.

“Infelizmente tem sido comum que réus, quando responsabilizados pela prática do racismo e da homofobia, preconceitos incompatíveis com o estado democrático de direito, tentem associar as agressões a doenças mentais, o que não é razoável. Não se desconsidera a intensidade da dor de quem convive com uma doença psiquiátrica, com consequências que atingem não apenas a própria pessoa, mas os familiares e a sociedade. Não existe, no entanto, doença mental direcionada a ofender e discriminar homossexuais”, avaliou a desembargadora.

Com informações da Conjur

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