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Ex-coordenador da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol deixa o MPF

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O procurador da República Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Lava-Jato em Curitiba, informou nesta quinta-feira (04) em  suas redes sociais que está deixando o Ministério Público Federal (MPF) depois de 18 anos.

“Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê. Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo”, escreveu em seu perfil no Twitter.

Nas postagens, o procurador não revela o que fará fora da instituição. Mas, segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, Dallagnol planeja se filiar ao Podemos e concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.

Dallagnol também publicou um vídeo de pouco menos de três minutos em que fala de seu desligamento do MPF, mas não revela o que fará fora da instituição. Diz que sempre teve o “sonho de um país mais justo” e que isso o motivou a dar o seu melhor na Operação Lava-Jato.

“Por um momento, aqueles que nos roubam há décadas foram punidos por seus crimes. Ela (a operação Lava-Jato) nos trouxe esperança de que nós podemos, sim, construir um país mais justo e melhor e em que a lei vale para todos”, afirma no vídeo.

Em seguida, Dallagnol fala que, nos últimos anos, o combate a corrupção começou a sofrer retrocessos, com “processos anulados, leis desconfiguradas e corruptos aliançando a impunidade”.

“A sensação é de que o que nós fizemos está sendo desfeito, e a impunidade dá uma carta branca para que quem nos rouba continue roubando e isso precisa parar”, disse o ex-coordenador da Lava-Jato em Curitiba, salientando que a decisão de deixar o MPF “não foi fácil”.

O procurador deixou a coordenação da força-tarefa em setembro do ano passado, após seis anos à frente do grupo. Ele chegou a ser alvo de um procedimento de reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) instaurado em junho de 2019, um dia após os primeiros vazamentos de mensagens envolvendo procuradores da Lava-Jato e o ex-juiz Sergio Moro. O CNMP, posteriormente, arquivou a investigação.

No vídeo, o ex-coordenador da Lava-Jato fala que “esse momento difícil” traz o desafio de “fazer tudo o que estiver ao nosso alcance pelos meios democráticos para desfazer os retrocessos no combate à corrupção e restaurar a justiça”.

Dallagnol diz que os instrumentos de trabalho do MPF para alcançar a justiça “estão sendo enfraquecidos”. “Por isso, creio que posso fazer mais pelo país fora do Ministério Público, lutando com mais liberdade pelas causas em que acredito”, declara.

Ele declara ter “várias ideias sobre como pode contribuir”, mas ainda não revela o que fará fora do MPF.  “Assim que essas ideias se concretizarem em planos e ações, eu vou compartilhar com vocês por aqui”, disse, completando: “Podemos, sim, transformar o Brasil por meio do exercício da cidadania, do voto consciente e da participação de cada um de nós na solução dos problemas sociais”.

Com informações do Jota

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