“Conversei com o ministro da Defesa e com o presidente da Câmara e ambos desmentiram, enfaticamente, qualquer episódio de ameaça às eleições. Temos uma Constituição em vigor, instituições funcionando, imprensa livre e sociedade consciente e mobilizada em favor da democracia.”
Desta forma, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, reagiu à informação publicada nesta quinta-feira (22) pelo jornal O Estado de S. Paulo, segundo a qual o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, teria condicionado à realização das eleições de 2022 à adoção do voto impresso.
A afirmação do general, segundo o jornal, teria sido feita ao presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), por meio de um interlocutor do meio político e seria endossada pelos comandantes das três forças, Exército, Marinha e Aeronáutica.
O episódio desta quinta-feira vem se somar a uma série de ataques às instituições, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e ao TSE e seu presidente, capitaneadas pelo presidente Jair Bolsonaro que, há pelo menos um mês, vem sustentando, sem apresentar qualquer tipo de prova, que as eleições de 2018, nas quais foi eleito, foram fraudadas.
Ao mesmo tempo, o presidente vem pregando a instituição do voto impresso por entender que as urnas eletrônicas não oferecem segurança.
Fachin critica suspeitas
Ainda nesta quinta-feira, o ministro Edson Fachin, que assumirá a presidência do TSE em fevereiro do próximo ano, criticou duramente iniciativas que tentam colocar em dúvida o voto eletrônico, durante palestra promovida pela organização Transparência Eleitoral.
“No Brasil de hoje, não é de se espantar que um líder populista se recuse a obedecer as regras vigentes, que queira suas próprias regras para disputar as eleições e que se recuse a ter seu legado escrutinado pela sociedade no bojo de uma eleição política. É disso que se faz a democracia, de eleições periódicas”, afirmou.
Com informações da Conjur