A J&F Investimentos pediu ao ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheça que a empresa foi coagida e vítima dos abusos praticados na Operação Lava Jato e suspenda o pagamento do acordo de leniência fechado com o Ministério Público Federal em 2017.
À época, o valor inicial do acordo foi firmado em R$ 10,3 bilhões, mas neste ano o montante foi reduzido para R$ 3,5 bilhões.
A J&F também pediu acesso às mensagens da Vaza Jato, série de reportagens do Intercept Brasil que tornou públicos os diálogos dos procuradores da operação Lava Jato e do então juiz federal Sergio Moro –hoje, senador pelo União Brasil. De acordo com o grupo, as mensagens contêm “dados sensíveis à empresa”.
Segundo a petição protocolada na segunda-feira (6), a empresa foi refém dos ‘mesmos abusos, praticados pelos mesmos agentes, no mesmíssimo contexto’ do acordo de leniência da Odebrecht.
Por esse motivo, o grupo pede uma ‘extensão’ da decisão de Toffoli que anulou todas as provas do acordo da Odebrecht utilizadas nas acusações e condenações resultantes da Lava Jato, destacando ‘ajustes e combinações’ na Operação chefiada pelo ex-juiz Sérgio Moro.
“Manter a hígida a eficácia dos acordos pecuniários firmados pela Requerente no contexto da Operação Lava Jato é negar cumprimento/eficácia à [decisão] monocrática que reconheceu e determinou a correção das ilegalidades à época praticadas”, diz a J&F no pedido ao STF.