Um relatório da Polícia Federal sobre a Operação Hinsberg, revelou outro esquema de Renato Cariani, que teria sido praticado em 2017, e envolvia o uso de nomes de crianças para a compra de “hormônios de crescimento”.
Segundo a CNN Brasil, a PF apontou que o influenciador fitness se associou a uma amiga chamada Elen Couto, para conseguir “receitas médicas e descontos, para a compra de Norditropin, mais conhecido como “GH”.
Em uma das conversas que constam no relatório, Renato Cariani aciona a amiga pedindo nomes de crianças para comprar mais “daquele medicamento”. A moça, então, se prontifica a cadastrar os nomes para que o influencer consiga comprar os medicamentos com desconto.
Quando Cariani questiona mais dados do cadastro que havia sido feito, Elen demonstra certo constrangimento e diz que pegou dados dos alunos dela, segundo a reportagem.
No relatório da Polícia Federal, que a CNN teve acesso, é relatado que o fato de Elen Couto ter afirmado que utilizou dados de alunos para fins de cadastro “reforça os indícios de falsidade dessas receitas”.
OPERAÇÃO HINSBERG
A Operação Hinsberg colocou Renato Cariani na mira da Justiça pelo suposto envolvimento com o tráfico de drogas.
A interação entre o influencer e a amiga não é objeto da investigação federal sobre o desvio de produtos químicos, segundo o site. Os diálogos foram utilizados apenas para reforçar a tese da relação entre Cariani e a amiga, uma vez que a mulher já trabalhou com ele na Anidrol Produtos para Laboratórios.
Os diálogos anexados no relatório sugerem, também, que as vendas simuladas de produtos químicos para grandes farmacêuticas eram de conhecimento de Cariani. Esta é a principal linha sustentada pela PF sobre o envolvimento do influencer com o tráfico, segundo o site.
Documentos mostram que entre 2014 e 2020, substâncias químicas, que poderiam produzir 15 toneladas de crack, saíram irregularmente da empresa do influencer.
MP
Renato Cariani, famoso e premiado influenciador fitness e outras quatros pessoas se tornaram réus no caso que apura desvio de produtos químicos para produção de drogas. Nesta sexta-feira (16), a Justiça de Diadema aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP/SP) contra o empresário.
Além de Cariani, também viraram réus Roseli Dorth, Fabio Spinola Mota, Andreia Domingues Ferreira e Rodrigo Gomes Pereira. Os acusados têm 10 dias para apresentarem suas defesas e como medida cautelas, os investigados precisam entregar seus passaportes em até 24 horas.
“Foram identificadas sessenta transações dissimuladas vinculadas à atuação desta associação para o tráfico, totalizando, aproximadamente, doze toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila), o que corresponde a mais de quinze toneladas de cocaína e crack prontas para consumo”, alegou o MP na denúncia.
Com informações do G1