A Coordenadoria da Infância e da Juventude (CIJ) e a Escola Judicial dos Servidores (EJUS) do Tribunal de Justiça de São Paulo promoveram, na sexta-feira (20), a palestra “Produção sociojurídica de famílias ‘incapazes:’ reflexões no campo da ética e do trabalho profissional”, ministrada pela assistente social do TJSP, Gracielle Feitosa de Loiola.
O evento foi mediado pela juíza aposentada Dora Aparecida Martins, que agradeceu ao diretor da EJUS e da Escola Paulista de Magistrados (EPM), desembargador José Maria Câmara Júnior, e ao coordenador CIJ, desembargador Reinaldo Cintra Torres de Carvalho. A magistrada apresentou o currículo da palestrante, mestre e doutora em Serviço Social e autora da obra “Produção sociojurídica de famílias ‘incapazes’: do discurso da ‘não aderência’ ao direito à proteção social”.
Em sua apresentação, a servidora Gracielle Feitosa de Loiola, que antes que ingressar no TJSP atuava no Sistema Único de Assistência Social (SUAS), apontou a problematização das desigualdades sociais por trás da “incapacidade de cuidado” das famílias. Ela refletiu sobre o papel dos profissionais em núcleos muitas vezes avaliados como “negligentes” ou “incapazes” e sobre papeis de gênero no olhar para a família.
“Mesmo em casos de famílias com a presença de um homem pai, as nossas exigências e direcionamentos se voltavam para as mulheres, o que traduz o machismo e o patriarcado e a quem a gente tem atribuído esse lugar de cuidado”, explicou a pesquisadora.
Em seguida, fez uma provocação sobre qual seria o modelo de família considerado “ideal” e “protetivo” e apontou que, ao se punir unicamente as famílias pela impossibilidade de cuidar, estamos contribuindo para individualizar questões sociais. Ao final, respondeu às dúvidas do público que acompanhou a palestra.