“Massacre de Paraisópolis: Hora da Justiça”, foi com essa faixa de mais de 10 metros que os familiares dos nove jovens mortos em ação da polícia na comunidade de Paraisópolis em 2019 se apresentaram na manhã desta terça (25) no Fórum da Barra Funda, na capital paulista.
A primeira audiência do caso está marcada para 13h desta terça feira. Serão ouvidas testemunhas da acusação contra os 13 policiais que foram identificados pelo Ministério Público de São Paulo como os culpados pelas mortes.
Em outra audiência, ainda sem data definida, será a vez das testemunhas de defesa dos policiais. Após as audiências, caberá ao juiz decidir se os policiais irão ou não a júri popular.
Em dezembro de 2019, em uma ação da polícia militar em um baile funk na favela de Paraisópolis, nove jovens foram mortos, a maioria por asfixia em função da ação repressiva da polícia. Testemunhas relataram que a polícia jogou bombas de gás lacrimogênio em vielas com pouco espaço e impediu as rotas de saída dos jovens, o que teria causado a morte de nove deles.
Para Maria Cristina Quirino, mãe de uma das vítimas, o sentimento de injustiça é enorme nessa espera de três anos, ela falou quais eram os sonhos de seu filho Denys Henrique Quirino.
O presidente do Condepe, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Dimitri Sales, defende que todos os 31 policiais que estiveram envolvidos na ação, não somente os 13 denunciados pelo MP, deveriam ter sido punidos administrativamente pela Secretaria de Segurança Pública, mas isso não ocorreu;
A defesa dos policiais, por sua vez, alega que não há nexo causal entre a ação dos policiais indiciados por homicídio com as mortes dos jovens de Paraisópolis e que tudo isso foi demonstrado em inquérito nas justiças comum e militar.
A Secretaria de Segurança Pública por sua vez afirmou que os 12 policiais denunciados pelo MPSP estão afastados de atividades operacionais e um dos indiciados não integra mais a Polícia Militar.