A Polícia Federal (PF) realizou a apreensão de aproximadamente R$ 1 milhão em moeda estrangeira durante a Operação Última Milha, primeira ação ostensiva vinculada à investigação sobre o suposto aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A apreensão ocorreu em outubro de 2023 e envolveu um dos alvos da investigação.
O material apreendido nessa operação levou a PF a requerer autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para realizar buscas na residência e no gabinete do deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, e de outros investigados no caso. Os mandados foram executados na última quinta-feira. O deputado negou veementemente qualquer irregularidade.
O pedido encaminhado ao STF coloca em dúvida a legalidade da apreensão do dinheiro durante a fase anterior da investigação.
Equipamentos da Abin com Ramagem
Paralelamente, a Abin iniciou uma apuração interna para investigar a posse contínua de equipamentos do órgão por Alexandre Ramagem.
Durante as buscas realizadas nos endereços associados ao parlamentar na semana passada, a PF confiscou um celular e um notebook que pertencem à Abin. Além disso, foram encontrados vários pendrives físicos, cuja origem está sendo investigada para determinar se também são propriedade da agência de inteligência.
De acordo com a Abin, Ramagem participou de um processo de devolução de bens patrimoniais, incluindo celulares e notebooks. Contudo, a agência agora está averiguando quais equipamentos específicos ainda estariam sob posse do parlamentar quase dois anos após ele deixar a direção da agência.
O deputado Alexandre Ramagem, que é alvo dessas investigações, reitera sua inocência e afirma que todos os procedimentos foram realizados conforme a legislação vigente. O desenrolar desse caso pode ter implicações significativas na esfera política, pois envolve não apenas a questão financeira, mas também a segurança e a integridade de uma agência de inteligência nacional.
Redação, com informações da CNN