O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) levantou graves acusações contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) durante uma reunião realizada em 5 de julho de 2022. Bolsonaro afirmou que Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), teria recebido US$ 50 milhões de dólares com o objetivo de fraudar a eleição presidencial daquele ano.
Além disso, mencionou outros magistrados, como Edson Fachin e Roberto Barroso, como supostos beneficiários de pagamentos relacionados à fraude eleitoral.
As revelações vieram à tona por meio de uma gravação obtida em um computador apreendido pela Polícia Federal (PF) com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid.
Em um dos trechos da gravação, Bolsonaro admite não possuir provas concretas do recebimento do pagamento pelos ministros do STF, porém, afirma que “não resta dúvidas” de que tais transações teriam ocorrido.
Ele menciona ter sido convidado para locais “cabulosos” em Brasília, insinuando um ambiente de corrupção nos bastidores da capital.
Posteriormente, Bolsonaro expressou sua preocupação não com a possibilidade de perder a eleição, mas sim com o risco de “perder a democracia” devido a uma alegada manipulação nos bastidores. Apesar de mencionar os valores supostamente recebidos pelos ministros do STF, o ex-presidente ressaltou não possuir evidências sólidas para embasar suas acusações.
OPERAÇÃO
O sigilo do vídeo contendo essas declarações foi suspenso nesta sexta-feira (9) por decisão de Alexandre de Moraes. Esse material foi fundamental para embasar uma operação da Polícia Federal deflagrada na quinta-feira (8) contra Bolsonaro, membros de seu governo e aliados.
As investigações sugerem que o vídeo seria uma prova de uma alegada tentativa de golpe para manter Bolsonaro na Presidência. A defesa do ex-presidente nega veementemente as acusações.
A operação em questão foi autorizada por Moraes. Em sua decisão, o magistrado menciona uma suposta minuta que previa a prisão dele mesmo, do ministro Gilmar Mendes, e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Redação, com informações do Poder360