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PF apreende quase R$ 3 milhões em dinheiro vivo na casa de desembargador aposentado do TJ-MS

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A Polícia Federal apreendeu aproximadamente R$ 3 milhões em espécie na residência do desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, ex-integrante do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS). A ação faz parte da operação Ultima Ratio, que investiga um suposto esquema de compra de sentenças judiciais.

Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do magistrado, onde encontraram cédulas de R$ 50, R$ 100, R$ 200, além de dólares. Além do montante em dinheiro vivo, também foram recolhidos documentos, computadores, mídias digitais e celulares.

A operação, conduzida em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), cumpriu 44 mandados de busca e apreensão em Campo Grande/MS, Brasília/DF, Cuiabá/MT e São Paulo/SP. Ao todo, cinco desembargadores foram alvo das investigações, que incluem medidas cautelares como o afastamento de funções públicas, monitoramento eletrônico e a quebra de sigilo fiscal de Júlio Roberto Siqueira Cardoso.

Aposentado em junho deste ano após 40 anos de magistratura, Júlio Roberto é suspeito de ter recebido propina para favorecer a esposa de outro juiz em um processo judicial envolvendo mais de R$ 5 milhões. Segundo a Polícia Federal, o desembargador teria revogado uma decisão anterior de sua própria autoria, permitindo o prosseguimento de uma execução judicial, mesmo diante de indícios de falsificação dos títulos executivos.

O relatório encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) aponta que a PF também investiga transações imobiliárias de grande valor feitas pelo magistrado com recursos cuja origem não foi identificada. A suspeita é de que esses valores não passaram pelas contas bancárias oficiais de Júlio Roberto.

Além disso, a operação revelou que o desembargador mantinha uma relação próxima com o advogado filho de Sideni Pimentel, outro desembargador também investigado e afastado por ordem do STJ.

Apesar do pedido do MPF para a prisão de Júlio Roberto, o STJ negou a solicitação, mas autorizou a quebra do sigilo fiscal do magistrado.

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