Wagner Vinicius de Oliveira Miranda, analista do Ministério Público Federal (MPF) com 43 anos de idade, foi afastado de suas funções em dezembro por decisão judicial, em meio a uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre um esquema internacional de tráfico de armas destinado às facções criminosas PCC e CV.
De acordo com informações reveladas pela PF, Wagner teria depositado a quantia de R$ 150 mil em espécie na conta da Bravo Brasil Iphones, uma empresa em Brasília suspeita de ser utilizada para atividades ilícitas, incluindo o tráfico de armas e drogas. Os depósitos, realizados em 20 de julho e 24 de outubro de 2022, chamaram a atenção das autoridades.
O relatório de inteligência financeira da PF destaca a ligação do analista com a Bravo Brasil Iphones e a Bravoshop Vendas Online, outra empresa considerada de fachada. Ambas foram criadas no mesmo dia, não têm operações nos endereços indicados e contam com um sócio considerado “laranja”, um trabalhador rural e analfabeto, conforme apurou a PF.
As investigações apontam Wagner como integrante do núcleo financeiro de uma organização criminosa coordenada por Diego Dirisio e Julieta Vanessa, proprietários de uma importadora de armamentos do leste europeu e da Turquia, sediada no Paraguai. O casal está foragido desde as revelações do esquema.
Apesar das suspeitas e das evidências apresentadas no relatório da PF, o Ministério Público Federal optou por não imputar um crime a Wagner no momento, solicitando apenas o afastamento do servidor. O MPF justificou a medida com o risco de o analista ter acesso a informações sensíveis.
Até meados de dezembro, as autoridades desconheciam o paradeiro de Wagner, que residia em um edifício na Asa Norte. Sua mãe, que mora em Taguatinga (DF), informou à polícia que o filho viajava frequentemente para os Estados Unidos.
A Operação Dakovo, deflagrada em 5 de dezembro pela PF, teve como alvo 26 pessoas e desvendou um sofisticado esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao tráfico de armas, envolvendo diversas empresas no Brasil, Paraguai e Estados Unidos. A investigação continua a desdobrar-se à medida que as autoridades buscam elucidar as conexões e responsabilidades dos envolvidos.
Redação, com informações do Metrópoles