O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) incorporou uma ferramenta de Business Intelligence (B.I.) desenvolvida pelo Laboratório de Inovações do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) para gerenciar dados estratégicos e que está conquistando a Justiça Eleitoral.
Durante cinco dias, uma equipe do Laboratório de Inovações esteve no TSE orientando a implantação de três novos painéis com o uso da ferramenta de B.I. para o gerenciamento de dados envolvendo estatísticas processuais, gestão de documentos no Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e monitoramento de multas eleitorais no Sistema Elo.
A parceria com o TRE foi firmada a pedido do diretor-geral do TSE, Rui Moreira de Oliveira, que não esconde sua admiração por essa tecnologia e pela iniciativa da equipe técnica do Regional goiano: “O uso da tecnologia é fundamental para uma boa gestão. Estamos plantando sementes cujos frutos vão aprimorar o trabalho e a prestação de serviços na Justiça Eleitoral”.
Rui Moreira parabenizou e agradeceu o trabalho da equipe do TRE de Goiás, coordenada pelo assessor de Apoio à Governança e Gestão Estratégica, José Carlos da Silva, e formada pelos servidores Sílvio José Alberto de Morais Filho, cientista de dados, e Daniel Monteiro Freire da Fonseca, Jakson Maike Veiga de Assis e Abel Manoel de Oliveira Neto, desenvolvedores.
Transformando dados
Business Intelligence, ou simplesmente B.I., refere-se ao processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de negócios. É um conjunto de técnicas e ferramentas para auxiliar na transformação de dados brutos em informações significativas e úteis para a análise de gestão.
Ela permite o acompanhamento e o monitoramento de informações orçamentárias, administrativas e estratégicas. Com poucos cliques, a ferramenta disponibiliza todo o conteúdo necessário para o gerenciamento de dados, por meio de painéis customizáveis em níveis estratégicos, táticos e operacionais. A ferramenta já foi implantada nos TREs de Mato Grosso, Piauí e Roraima e continua despertando o interesse de outras instituições, a exemplo dos TREs de Minas Gerais e da Bahia.
Responsável pelo projeto no âmbito do TSE, o secretário de Modernização, Gestão Estratégica e Socioambiental (SMG), Bruno Cezar Andrade de Souza, espera que os novos painéis sejam os primeiros de muitos que serão instalados para organizar informações, depurar a base de dados e identificar gargalos que dificultam o planejamento na Corte Superior Eleitoral. “A ferramenta organiza dados que estão dispersos, possibilitando uma visão macro para balizar a tomada de decisões”, explica.
Leonardo Ferreira de Oliveira, chefe da Seção de Dados Estratégicos Gerenciais (Sedeg) do TSE, ressalta que a utilização do B.I. possibilita o aprimoramento da gestão administrativa mediante o compartilhamento e o cruzamento de dados, fazendo com que informações e decisões sejam mais ágeis e eficientes. Para ele, ao compartilhar essa expertise com parceiros da Justiça Eleitoral, o TRE de Goiás atua como um catalisador de soluções. “Foram cinco dias que renderam cinco meses de trabalho”, enfatiza.
Para José Carlos da Silva, que também atua como coordenador do projeto, fazer com que a gama de dados disponíveis se comuniquem é um trabalho desafiador. “Os dados existem, mas não são amigáveis”, pondera o assessor, ressaltando que o B.I. busca harmonizar os dados existentes nos sistemas das instituições, gerando informações objetivas para a tomada de decisões. Ele destaca, ainda, que essa ferramenta de gestão permite romper barreiras, com aplicações personalizadas e customizadas para cada realidade: “tendo dados, o céu é o limite”.
O TRE goiano é pioneiro no uso da tecnologia B.I. na atividade jurisdicional no âmbito eleitoral. Desde maio de 2019, diversos painéis customizáveis em níveis estratégicos, táticos e operacionais foram desenvolvidos para atender diversas unidades. Atualmente, o órgão dispõe de 21 painéis publicados e mais de 50 outros painéis fornecendo informações internas para a tomada de decisões dos gestores.
Compartilhamento
Em dezembro de 2019, a equipe do Laboratório de Inovações do TRE-GO implantou painéis com o uso da ferramenta B.I. no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso. No ano passado, o sistema foi implantado nos TREs do Piauí, em fevereiro, e de Roraima, em setembro.
Em Mato Grosso, foi utilizada a versão gratuita do Power B.I. da Microsoft para gerar os painéis de gestão de acompanhamento e monitoramento de informações orçamentárias, administrativas e estratégicas.
No TRE de Roraima, a equipe implantou oito painéis com o uso da tecnologia, entre eles, os de estatísticas jurisdicional do Processo Judicial Eletrônico de 1° e 2° Graus e o de execução orçamentária.
No ano passado, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu, por meio da Resolução nº 333/2020, que os tribunais devem destacar dados estatísticos em seus portais por meio da ferramenta B.I.
Com informações do TSE