O influenciador Renato Cariani, um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF) que investiga o desvio de produtos químicos para produção de drogas, teve pedido de prisão negado pela Justiça.
De acordo com o delegado Victor Vivaldi, o Ministério Público concordou com os pedidos feitos pela PF, mas a Justiça rejeitou, acatando apenas aos 18 pedidos de busca e apreensão cumpridos hoje em São Paulo, Minas Gerais e Paraná.
A PF argumentou que a constante repetição do delito motivou o pedido de prisão contra o influenciador.
“Os pedidos de prisão tiveram como fundamento a reiteração delitiva, justamente nesse período de 6 anos, com 60 eventos confirmados de notas emitidas de forma fraudulenta”, explica Vivaldi.
Renato Cariani, que tem mais de 7 milhões de seguidores apenas no Instagram, é sócio-proprietário da empresa Anidrol, um dos alvos da operação.
Segundo o delegado Fabrizio Galli, chefe da delegacia de repressão à entorpecentes, foram desviados mais de R$ 6 milhões em produtos químicos entre 2014 e 2020, o equivalente a 12 toneladas. O montante seria suficiente para produzir até 19 toneladas de cocaína e crack.
Entre os produtos desviados estão lotes de fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, além de outros componentes químicos.
A organização criminosa usava empresas de fachada, enquanto membros se passavam por funcionários das multinacionais, para emitir notas fiscais fraudulentas das farmacêuticas e vender produtos químicos.
O pagamento era feito em dinheiro vivo por meio de “laranjas” na boca do caixa, ação que foge dos padrões das companhias multinacionais.
O esquema foi descoberto após uma das empresas negar relação com 2 depósitos realizados pelos investigados.