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LUTO NA SUPREMA CORTE: Ministro aposentado do STF, José Carlos Moreira Alves morre em Brasília, aos 90 anos

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Morreu nesta sexta-feira (6), em Brasília, o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), José Carlos Moreira Alves. Ele teve falência múltipla de órgãos. O ministro, que tinha 90 anos, estava internado desde o dia 23 de setembro.

Ele tomou posse na cadeira número 18 do STF e integrou a Corte por 27 anos e 10 meses, dos quais os últimos 10 anos atuou como decano. Ele se aposentou em 2023.

O velório do ministro Moreira Alves está programado para acontecer neste sábado (7) no Salão Branco do STF. 

O presidente do Suprema Corte, ministro Luís Roberto Barroso, que está em São Paulo e embarcaria para uma viagem internacional, retornará a Brasília especialmente para prestar suas últimas homenagens. 

“Em nome do Supremo Tribunal Federal, recebo com imensa tristeza a notícia do falecimento do Ministro Moreira Alves, que ocupou uma cadeira no Supremo Tribunal Federal por quase três décadas. Um dos grandes juristas da história do Brasil e que sempre honrou esse Tribunal. Deixo meu abraço para a família, com o desejo de que a dor dê espaço a uma saudade eterna, porém alegre, dos bons momentos vividos. E tenho a certeza de que o legado de Moreira Alves, que está presente no nosso dia a dia, continuará vivo nos julgados desta Corte”, disse Barroso.

José Carlos Moreira Alves, além de ter exercido a presidência do STF, teve destaque na política e na comunidade jurídica brasileira. Ele também foi responsável por instalar os trabalhos da Assembleia Nacional Constituinte em 1987, que resultou na Constituição Federal de 1988. 

Diversas personalidades e instituições prestaram suas homenagens ao ministro.

“O falecimento do Ministro Moreira Alves representa uma perda enorme ao mundo jurídico, não só de um brilhante professor ou um civilista de vanguarda, como também de um juiz constitucional que exerceu a jurisdição com muita personalidade e de forma emblemática, tendo contribuído sobremaneira para a construção da jurisprudência da Suprema Corte”, disse o ministro Cristiano Zanin.

O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, expressou seus profundos sentimentos e reconheceu o legado incontornável de magistério, jurisprudência e teoria do direito deixado pelo ministro Moreira Alves. 

A procuradora-geral da República, Elizeta Ramos, também lamentou profundamente a perda e destacou a relevância do trabalho desenvolvido por Moreira Alves ao longo de sua carreira, incluindo sua participação na elaboração do Código Civil Brasileiro.

O presidente do Conselho Federal da OAB, Beto Simonetti, disse que o ministro Moreira Alves simboliza a imagem do magistrado rigoroso, extremamente técnico e culto. “Deixa um legado perene, altivo, não apenas no Supremo Tribunal Federal, mas em todo o Sistema de Justiça do nosso país. Neste momento de profunda tristeza, o Conselho Federal da OAB se solidariza com familiares, amigos e alunos do ministro Moreira Alves.”

BIOGRAFIA

Paulista de Taubaté, ele nasceu em 19 de abril de 1933. Em 1955, concluiu o curso de Direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil, atual UFRJ. Foi professor universitário, advogado, procurador-geral da República e presidente do Supremo. Possui diversas obras, trabalhos e artigos publicados, principalmente sobre temas relacionados ao Direito Civil.

Moreira Alves deixou enorme contribuição ao povo brasileiro. Ele foi presidente do STF (1985-1987) e, nessa condição, presidiu a sessão que instalou a Assembleia Nacional Constituinte. Também assumiu a Presidência da República interinamente, em razão da linha sucessória. Foi membro da Comissão encarregada de elaborar o Anteprojeto do Código Civil Brasileiro, de 2002, e presidente das comissões revisoras do Anteprojeto do Código de Processo Penal e do Código das Contravenções Penais.

Nomeado ao cargo de procurador-geral da República em 1972, exerceu a função até 1975, quando, em 18 de junho do mesmo ano, foi nomeado ministro do STF pelo presidente da República Ernesto Geisel, na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Oswaldo Trigueiro de Albuquerque Mello.

Entre as matérias relatadas por ele, destaque para a Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 1, que tratou da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), e o chamado caso Ellwanger (HC 82424), que discutiu a prática de racismo contra judeus.

O ministro Moreira Alves aposentou-se compulsoriamente em 2003, quando completou 70 anos de idade. Sua cadeira foi ocupada pelo ministro Joaquim Barbosa, também aposentado atualmente.

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