O Conselho Federal de Medicina (CFM) lançou uma pesquisa para avaliar a opinião dos médicos em relação à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19 em crianças de 6 meses a 4 anos e 11 meses. Essa iniciativa ocorre em meio às mudanças anunciadas pelo Ministério da Saúde em 2024, que inclui o imunizante contra a doença no Calendário Nacional de Vacinação para essa faixa etária.
A pesquisa, que apresenta quatro perguntas, busca compreender a visão dos profissionais de saúde sobre a vacinação infantil contra a Covid-19. O objetivo do CFM é reunir informações que possam contribuir para a discussão e o entendimento sobre a obrigatoriedade da vacinação nesse grupo específico.
No entanto, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) manifestou sua discordância em relação à pesquisa do CFM. Em comunicado divulgado recentemente, a SBIm expressou preocupação, afirmando que a pesquisa pode criar inseguranças na comunidade médica ao equiparar crenças pessoais à ciência, afastando potencialmente a população das salas de vacinação.
A SBIm destaca que a vacinação contra a Covid-19 é comprovadamente eficaz e segura em todas as faixas etárias, incluindo crianças. Em resposta, o CFM afirmou que a pesquisa não contesta a eficácia da vacinação infantil contra a Covid-19, mas busca entender a percepção dos médicos sobre a obrigatoriedade.
Dados do Observa Infância, projeto que reúne pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Unifase, revelaram que, em 2022, o Brasil registrou uma morte por dia de crianças entre seis meses e cinco anos com Covid-19. No ano seguinte, 5.310 casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e 135 mortes foram registrados entre crianças menores de 5 anos, conforme dados do Ministério da Saúde.
A SBIm ressalta a eficácia da vacinação infantil, citando um estudo nos Estados Unidos que demonstrou uma eficácia de 74,3% contra a infecção, 75,5% contra casos moderados ou graves e 84,9% contra episódios que demandam internação em UTI.
A pesquisa do CFM contou com a participação de mais de 560 mil médicos e, segundo o conselho, não contesta a eficácia da vacinação infantil, mas busca compreender a percepção dos médicos sobre a obrigatoriedade dessa prática.
Redação, com informações da CNN