Primeira mulher a comandar a maior seccional da OAB do país, Patrícia Vanzolini terá um desafio hercúleo pela frente. A partir de 1º de janeiro de 2022, ela terá que a mostrar a que veio e promover as mudanças assumidas.
Com firmeza nas palavras e nas atitudes e um carisma que lhe é peculiar, a primeira missão da futura presidente da OAB-SP já está posta: unificar a advocacia paulista.
A atual gestão, presidida por Caio Augusto – prestes a terminar sem o sentimento de pertencimento da grande maioria da classe – mais segregou do que arregimentou, mais dividiu do que somou e será concluída com muitos rótulos indesejáveis.
Caberá a Patrícia Vanzolini aglutinar todas as advogadas e todos os advogados, haja vista que as cores desapareceram e o que volta a ser destaque, após as eleições, são os inúmeros desafios enfrentados no dia a dia do exercício profissional.
Esse senso da tamanha responsabilidade já vem sendo dito pela futura presidente há bastante tempo. A vitória recém comemorada não é de agora. O trabalho exitoso que foi coroado no último dia 25 com a aclamação da chapa “Muda OAB-SP” foi iniciado em 2018, quando Patrícia foi candidata a vice-presidente, tendo Leonardo Sica como candidato a presidente. O trabalho não parou desde então, passando pela criação do Movimento M133 e apoio da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP).
O cenário destas eleições seria o mesmo de 2018 se não fosse o gesto de desprendimento de Sica ao decidir abrir a cabeça da chapa para Patrícia.
A estratégia foi decisiva: Sica acertou em cheio, abrindo o protagonismo para Patrícia ser a primeira mulher eleita para presidir a OAB-SP.
Caberá ao vice ser o principal auxiliar da presidente, unindo sua experiência de quem já presidiu a Associação dos Advogados de São Paulo (AASP).
Ambos contarão ainda com um time de experientes profissionais da advocacia, além de estarem bem representados com o retorno de Alberto Zacharias Toron e Carlos José Santos da Silva (Cajé) ao Conselho Federal da OAB e a permanência de Daniela Campos Liborio, atualmente conselheira federal e dissidente da gestão de Caio Augusto.
Dentro de um mês, a OAB-SP passará a ser comandada pelos eleitos e os advogados paulistas vão aguardar o recado que já foi dado nas urnas: se é pra mudar, a mudança tem que ser pra valer.