Advogados que vão disputar as duas vagas de desembargador destinadas ao Quinto Constitucional do Tribunal de Justiça de São Paulo foram conhecidos após a seccional paulista da OAB formalizar as listas sêxtuplas com os indicados.
Tais escolhas seguiriam os trâmites “normais” se não fosse por dois motivos que causam desconfiança nos advogados paulistas.
O primeiro é a operação Ateliê da Polícia Federal, deflagrada no último mês de agosto, que investiga tráfico de influência dentro do Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-SP, inclusive, com troca de favores para indicação ao Quinto. Isso mostra que o processo de escolha para vaga de desembargador pode ser de alguma forma influenciado por quem faz parte da gestão.
O outro motivo é a demora na formação das listas sêxtuplas, que somente ocorreu agora, há dois meses das eleições gerais da OAB. Advogados apontam que as vagas do Quinto foram usadas como “moedas de apoio” à reeleição do atual presidente da OAB-SP Caio Augusto dos Santos. Dos 12 indicados, sete são do interior do estado, principal base de Caio Augusto.
A primeira lista sêxtupla é composta por Carla Rahal Benedetti, Carlos Rosseto Junior, Cesar Eduardo Temer Zalaf, Ricardo Alves Bento, Cláudio José Langroiva Pereira e Jaime Rodrigues de Almeida Neto.
Já na segunda lista estão Ana Paula Zomer, João Ricardo Brandão Aguirre, Luiz Henrique Barbante Franze, Felipe Chiarello de Souza Pinto, Jeferson Iori e José Nelson Salerno.
Os nomes serão enviados ao TJ-SP, que formará duas listas tríplices e, em seguida, encaminhará para o governador João Doria escolher os novos desembargadores do Judiciário paulista.