Candidato de oposição em Goiás, o criminalista Pedro Paulo Medeiros lidera a disputa pela presidência da OAB no estado. É o que aponta dois dos mais conceituados institutos goianos, o Grupom e o Fortiori. Em ambos os levantamentos, Pedro Paulo aparece com quatro a cinco pontos de vantagem em relação ao candidato da situação, Rafael Lara, que aparece na segunda posição.
Justamente por isso, chamou a atenção a divulgação, feita pela campanha de Lara, do resultado de um trabalho feito pela empresa DSI – Data Science Intelligence, única a mostrar números invertidos, com Lara em primeiro.
Dois dados chamaram atenção na recente publicação da chapa oficial. Primeiro, o fato de a referida empresa ser completamente desconhecida, nunca tendo divulgado qualquer resultado eleitoral em Goiás. E o segundo, e mais grave, é que a empresa foi contratada para fazer uma pesquisa paga pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Goiás, com recursos da anuidade dos advogados.
Conforme documentos obtidos (veja aqui) , a DSI foi contratada pela OAB para um serviço de pesquisa por R$ 68.226,45, valor acima do praticado no mercado por outras empresas do segmento. O objeto, segundo o contrato, diz que a empresa seria responsável por um estudo qualitativo de mercado, mas que oficialmente não foi apresentado para os inscritos na OAB Goiás.
O contrato também apresenta um ponto que vai contra o que se espera de uma gestão de uma instituição como a OAB, uma cláusula de confidencialidade das informações.
A atual gestão da OAB tem sofrido várias críticas no que se refere à transparência das informações e dos contratos que celebrou nos últimos anos. Muitos desses gastos, como alguns que financiaram jantares caros em restaurantes de luxo de Goiânia, são objeto de questionamento.
Tudo isso, ao mesmo tempo em que Goiás cobra hoje a segunda anuidade mais cara do país. A eleição em Goiás está marcada para 18 de novembro.