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Maioria dos advogados aprova teleaudiências e é a favor de ampliação

jurinews.com.br

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Dois terços da advocacia do país (68%) aprovam a realização de teleaudiências – foi o que revelou pesquisa feita pelo instituto Datafolha sobre o perfil e opiniões da classe – que já conta com mais de 1,2 milhão de profissionais – sobre o uso de tecnologia. Outros 22% consideram a introdução das teleaudiências regular, e 10% consideram ruim ou péssima.

O uso da tecnologia, como videoconferências em audiências, foi o que possibilitou o funcionamento do Judiciário no país durante a pandemia, levando juízes e advogados a descobrirem novas formas de trabalhar. 

A pesquisa inédita abrange o uso de tecnologia pelos operadores do Direito de modo geral: em teleaudiências, softwares de gestão de processos, inteligência artificial e jurimetria. 

No levantamento do Datafolha, a questão sobre o contato pessoal ser ou não imprescindível para os atos processuais dividiu a categoria. Enquanto 52% dos entrevistados concordaram totalmente ou em parte com a ideia de que os atos presenciais são fundamentais, 47% discordaram totalmente ou em parte.

A pesquisa mostra ainda que a maioria (54%) discorda da afirmação de que “teleaudiências não funcionam porque a maioria dos clientes não possuem conexão à internet e equipamentos tecnológicos suficientes para participar”.

A maioria também concorda com a ampliação dessas ferramentas. Para 82% das advogadas e advogados brasileiros, o uso das ferramentas de videoconferência deve ser ampliado pelo Judiciário após o fim da pandemia.

Tecnologia na advocacia

O advogado Paulo Vinícius de Carvalho Soares é um dos que são favoráveis ao uso de ferramentas tecnológicas na profissão. Para ele, a tecnologia beneficia os escritórios em diversos aspectos, e não só gera redução de custos, como também proporciona melhor contato com o próprio Judiciário, seja por meio da virtualização dos processos, seja no contato direto e crescente com magistrados.

“A virtualização dos processos e a possibilidade de realização de audiências e sustentações orais de forma virtual não só facilitou o dia a dia dos advogados mas também dos magistrados e serventuários da Justiça.”

Gestão

Quanto ao uso de ferramentas tecnológicas no dia a dia dos advogados e advogadas, a pesquisa mostra que elas não são adotadas por parcela considerável da classe.

De acordo com os dados obtidos, 45% dos advogados usam algum software para gestão de processos. Entre os advogados autônomos o percentual é menor (40%) do que entre aqueles que trabalham em escritórios (52%).

Quanto ao uso de inteligência artificial, o percentual cai para 29% e apenas cerca de 1/4 dos entrevistados disse usar jurimetria (26%), ou seja, aplicação de modelos estatísticos para a análise de processos.

O advogado e presidente da Associação Brasileira de Jurimetria (ABJ), Marcelo Guedes Nunes, explica que as ferramentas mais sofisticadas de jurimetria ajudam a prever, por exemplo, em quais processos há mais chances de vitória ou quando o melhor caminho é propor um acordo.

“A jurimetria é basicamente o uso de dados e de estatística para entender o Direito. Se eu pego uma carteira de processos e coloco um gráfico de pizza que diz que um terço é ação de indenização, 33% são ações de cobrança e 33% são ações de execução, eu fiz uma jurimetria.”

Trabalhista

No âmbito da advocacia trabalhista, há grande discussão sobre quais tipos de atos judiciais devem ser realizados por videoconferência.

O presidente da Abrat – Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas, Otavio Pinto e Silva, afirma que há maior aprovação da classe quanto ao uso da ferramenta para as audiências de tentativa de acordo, mas há grande debate em relação àquelas em que são ouvidas testemunhas e partes. A maior preocupação é quanto ao sigilo dos depoimentos.

“Como é que você garante que uma testemunha que está sendo ouvida fora do fórum não está sendo de alguma maneira manipulada pelo interessado? Pode ser que ele esteja na mesma sala, dando dicas de como a testemunha deve responder.”

Segurança

Por fim, a pesquisa mostra que é alta a confiança na segurança dos processos eletrônicos dos tribunais. A taxa dos que disseram confiar muito foi de 63%, enquanto 30% dos entrevistados afirmaram confiar um pouco, e 4% relataram que não confiam.

Com informações do Migalhas

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