Em que pese a tentativa de conciliação proposta pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte e conduzida pelo desembargador Dilermando Mota, a audiência entre a governadora do RN e o prefeito de Natal terminou sem acordo e os decretos permanecem como antes.
Os gestores mostraram que as divergências políticas que resultam em ações divergentes no enfrentamento da pandemia miram as eleições de 2022 e estão acima do povo que representam.
Lamentável a postura da professora Fátima Bezerra e do médico Álvaro Dias. O tamanho da liderança de cada um ficou revelado nas picuinhas para impor vontades um contra o outro.
Enquanto eles duelavam querendo convencer a uma pequena parcela de apoiadores que assistia a transmissão da audiência, muitos sofriam com a doença e seus reflexos no corpo, na mente e na alma. Outros, tristemente, morriam.
Por que eles não cederam para preservar vidas? Eis a pergunta sem resposta.
Diante da paridade de armas evocada por todas as autoridades que figuraram na conciliação, não foi tarefa fácil para o desembargador relator conduzir a audiência.
Dilermando Mota justificou por diversas vezes que aquele não era o momento apropriado para tratar de fundamentações e questões jurídicas, mas sim de chegar a um denominador comum que demonstrasse o respeito dos gestores com a população.
É, não deu! Agora é a com a Justiça para dirimir a mais vital de todas as decisões: o direito à vida.
