Faltando poucas semanas para a chegada da sua segunda filha, Isabelle Rigolon Veiga recebeu a notícia de que tinha sido convocada para o cargo de analista judiciário na especialidade analista de tecnologia da informação e comunicação do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. Formada em Engenharia de Controle e Automação e cursando atualmente sua segunda graduação, em Direito, ela mostrou que é possível chegar lá.
Isabelle tomou posse no cargo nesta terça-feira (14) junto com outros 30 novos analistas judiciários do TJRJ – três na especialidade analista de gestão de TIC, sete na especialidade analista de segurança da informação e 21 analistas de sistemas -, em cerimônia que contou com a participação do presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, e do corregedor-geral da Justiça, desembargador Marcus Henrique Pinto Basílio.
“O primeiro sentimento que tive quando descobri que meu nome foi chamado foi o de realização. Senti um pouco de frio na barriga, mas muita felicidade. Estudei para o concurso durante a pandemia, com uma filha pequena em casa e um caos instaurado no mundo. É muito gratificante ver o resultado do meu empenho. Hoje, estou sentindo muita felicidade, uma sensação de dever cumprido”, disse emocionada.
Presidente dá as boas-vindas e destaca a transformação tecnológica do Tribunal
O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Ricardo Rodrigues Cardozo, fez questão de dar as boas-vindas e os parabéns a Isabelle e demais recém-chegados, na cerimônia que marcou o ingresso de todos no Judiciário fluminense.
“Tenho uma grande satisfação de poder hoje dar posse aos senhores, que são analistas judiciários com especialidade em gestão de tecnologia da informação e comunicação, segurança da informação e analistas de sistemas. É para nós uma satisfação muito grande em recebê-los. É uma alegria para o Tribunal, para os senhores e suas famílias estar compondo a última turma deste concurso, pois nesta área já convocamos todos os servidores, o que demonstra a preocupação do Tribunal, a atenção que o TJ tem dado à tecnologia.”
O desembargador Ricardo Cardozo destacou, ainda em sua fala, as mudanças que vem implementando na área de tecnologia. Uma transformação que coloca o Judiciário fluminense nos passos do século XXI.
“O Tribunal passa por uma grande reformulação neste segmento, precisa dos senhores para que, junto com sua atual equipe, possa empreender mudanças significativas para a gestão do Tribunal. O mundo moderno hoje passa por uma transformação, deixamos o analógico para o digital e o Judiciário tem que acompanhar este desenvolvimento. Por isso que os senhores fizeram um concurso difícil, lograram êxito e hoje estão entrando para o serviço público. A minha visão de serviço público é muito séria, os senhores têm que ter em mente sempre que não estão fazendo favor para a sociedade em trabalhar, pelo contrário, nós todos recebemos nossos vencimentos e temos por contrapartida oferecer uma excelente prestação de serviço”, afirmou.
Corregedor destaca a responsabilidade do servidor público
Presente à cerimônia, o corregedor-geral da Justiça, desembargador Marcus Henrique Pinto Basílio, destacou a importância da atividade que os novos servidores vão desenvolver.
“O papel dos senhores é de grande relevância para o Poder Judiciário e devem estar cientes disso. Vocês verificarão quando uma pessoa procura a Justiça é porque ela tem um problema e ele tem que ser resolvido dentro de um prazo razoável, é o que diz a Constituição. Então, o papel do servidor do Judiciário é muito importante, principalmente nesta área dos senhores da tecnologia. Hoje fico imaginando como seria a Justiça se não tivéssemos o avanço tecnológico. O desembargador Ricardo está dando prioridade a esta área da tecnologia, que é fundamental para a melhoria da prestação jurisdicional, para o sucesso do Poder Judiciário. Parabéns a todos os aprovados e familiares, porque hoje é um dia festivo para os senhores e também para o Poder Judiciário. Parabéns a todos”.
Sonhos conquistados
Os analistas de sistemas Rafael Faria, de 49 anos, e Júlio César de Freitas Soares, de 55 anos, que foi servidor do Centro de Processamento de Dados do Estado do Rio de Janeiro (Proderj) por quase 30 anos, provaram que não há limite de idade para a realização de um sonho.
Morador da Barra da Tijuca, Rafael trabalhava como policial civil, mas queria fazer um “upgrade” de concurso. Depois de chegar muito perto, ficando em 17º lugar em outro certame em que foram convocados 13 candidatos, resolveu seguir com os estudos e acabou conseguindo a sonhada vaga no Judiciário fluminense. Casado e com dois filhos, agora poderá se programar mais para estar com a família.
“Onde eu estava não tinha final de semana, feriado, não poderia nunca programar um carnaval, um réveillon. Até em termos de qualidade de vida, não só financeiro, em termos de estabilidade, será melhor. Meus filhos veem o exemplo de que estudar vale a pena dentro de casa. Vinha estudando bastante, conciliando com o trabalho. Independentemente da idade, da realidade, da disponibilidade, quando a gente quer, sempre encontra um caminho, tempo para poder realizar nossos sonhos.”
Júlio César de Freitas Soares foi ao evento de posse acompanhado da filha, Júlia, que estagia em uma vara de Fazenda Pública do TJRJ. “Foi uma surpresa muito agradável quando descobri que passei para cá, agradeci muito a Deus pela oportunidade. Eu já tenho certa idade, mas era meu sonho trabalhar aqui, então, insisti e passei. O Judiciário é uma instituição séria e firme, é uma casa muito bem arrumada e organizada. E esse foi o motivo pelo qual eu vim. Estou muito animado e satisfeito por trabalhar aqui, é um oxigênio na minha carreira e pretendo realizar bem meu papel aqui”, disse, animado.
Incentivo em família
Incentivado pelo sogro a estudar para concurso, o analista de sistemas Pedro Barbosa, de 31 anos, conta que buscava estabilidade para trabalhar e crescer profissionalmente. Ele foi à cerimônia de posse acompanhado da esposa e do sogro Sergio Abreu, auditor aposentado da Receita Federal.
“Também espero me desenvolver aqui, tenho graduação e pretendo fazer pós, mestrado e doutorado, e implementar tudo o que eu aprender aqui no Tribunal”, afirmou o ex-sargento do Exército que não gostou da carreira militar e resolveu mudar o rumo da sua vida cursando Tecnologia da Informação e estudando para concurso.
“Desde quando eles começaram a namorar, a gente incentivava meu genro e minha filha a fazer concurso. Mudou bastante na minha vida ter sido servidor. Já iniciando minha vida familiar, eu comecei a fazer concurso. Meu outro genro participou de 40 concursos e hoje é auditor do Município do Rio de Janeiro”, contou Sergio Abreu, o incentivador de Pedro.
Exemplo para os filhos
Já Aline Mendonça Magalhães, que trabalhava no setor administrativo de uma pequena empresa, não escondeu a vontade de servir de exemplo para o filho, ainda bebê, mas presente à cerimônia de posse da mamãe.
“Hoje é um dia de muita alegria. Estou aqui com minha família e espero ser um bom exemplo para o meu filho, para que ele seja um garoto honesto, faça as coisas certas, batalhe por seus objetivos e estude bastante para alcançar coisas na vida. Daqui para a frente, eu espero ter estabilidade financeira, colocar meu filho em uma boa escola e ter amigos de trabalho amáveis e gentis”, disse em relação a seus planos e expectativas.
“Cidadania” carioca para um baiano
Após vir transferido para o Rio por causa do seu trabalho como técnico em informática na Petrobras, que exerceu por 15 anos, o baiano Silas Dantas de Carvalho decidiu buscar algo novo para sua carreira.
“Quando eu cheguei ao Rio, o certame estava com inscrições abertas e pensei ‘bom, já que estou morando aqui, essa é uma boa oportunidade de me tornar servidor’. Espero contribuir com a função principal do Tribunal, que é servir a sociedade e me sentir parte dessa engrenagem para a prestação de serviços para a população. Agora estou dando um novo direcionamento para a minha vida aqui no Tribunal de Justiça e sendo servidor do TJ, a gente selou a nossa cidadania carioca e metropolitana”, afirmou o novo servidor.