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Ministro do STJ lança obra sobre presas transexuais fotografadas por ele

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O ministro Sebastião Reis Junior, do STJ, lançará no dia 21 de outubro, no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio de Janeiro, o livro Translúcida.

Composta de 38 imagens de presas transexuais fotografadas pelo próprio ministro no Centro de Detenção Provisória Pinheiros II, em São Paulo, a obra traz 35 textos e duas ilustrações que têm, como objetivo central, provocar um debate sobre direitos humanos, cárcere e o direito à própria identidade.

Pessoas com diferentes formações – como profissionais do direito, militares, médicos e artistas – aprofundam a reflexão sobre direitos humanos por meio de múltiplas linguagens, expressando-se da forma como quiseram. O livro, assim, combina as fotos com cartas, ilustrações, contos, poesias e ensaios.

“Não é um livro de fotos. Também não é um livro que se limita a discutir a questão prisional. É muito mais do que isso. As fotos serviram para provocar, para falarmos sobre algo que não pode ficar escondido atrás dos muros de uma prisão nem embaçado por preconceitos e mentiras. Temos que falar abertamente sobre as pessoas transexuais. Não só das presas, mas de todas que estão ao nosso redor, com quem convivemos no dia a dia”, enfatiza o ministro na apresentação da obra.

Visitar presídios é algo que faz parte da rotina do ministro Sebastião. Integrante da 6ª Turma e da 3ª Seção do STJ, que julga Direito Penal, ele acredita que todo juiz tem de saber para onde vão as pessoas que ele sentencia. Sem conhecer a realidade, impossível julgar com Justiça. Fotógrafo, o ministro passou a pedir autorização dos presos para retratá-los. E assim surgiu a ideia central de Translúcida.

O livro tem prefácio do ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. “Pelas fotos vemos as formas, os corpos, inseridos no sistema. Mas são as intervenções em formas de textos, poesias e até desenhos feitas pelos demais autores que nos apontam para leituras possíveis, para sentidos que, apesar de partirem do contexto fotografado, nos projetam para além dele. Portanto, estas intervenções tornam “translúcidas” as subjetividades captadas pelas lentes de Sebastião Reis, permitindo-nos imaginar novas possibilidades de significar a existência, para além do cárcere e para além da discriminação”.

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