Capacitar e reintegrar ao mercado de trabalho indivíduos em estado de vulnerabilidade, entre elas desempregados, mulheres em situação de violência doméstica e público LGBT+. Este é o objetivo do projeto O Sabor do Marketing e das Vendas na Cozinha, cuja segunda edição teve início na última quarta-feira (16/8) no Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) localizado no Fórum de Vassouras, que promoveu a iniciativa.
A cerimônia contou com a participação do coordenador local do Cejusc, magistrado Laurício Miranda Cavalcante, que participou da aula inaugural do curso – composta por cinco sessões, totalizando uma carga horária de 20 horas – junto a um representante do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec). O juiz enfatizou a importância de ações como a realizada no Cejusc contribuem para a mudança social e servem de exemplo para outras iniciativas no âmbito da cidadania.
“Nossa ideia foi impactar as vítimas que são economicamente dependentes de seus agressores. Como titular do Juizado de Violência Doméstica da comarca, infelizmente vejo com frequência mulheres nesta situação tentando abonar os atos de seus agressores quando em audiência, muitas vezes contrariando de forma clara o resultado dos exames de corpo de delito existentes e de seus próprios depoimentos prestados em sede policial. Normalmente, as vítimas que apresentam esse comportamento relatam ser totalmente dependentes financeiramente de seus parceiros agressores, o que sugere ser este o motivo preponderante para se sujeitarem à violência rotineira que sofrem”, ponderou.
Nesta ocasião, também foi criada à iniciativa a dimensão da inclusão digital, com foco na abordagem denominada O Sabor do Marketing: da Mesa à Internet. O projeto procura combinar o conhecimento acadêmico, por meio de ensino conceitual, à prática culinária. São ensinadas receitas com insumos que, normalmente, são descartados, como cascas, talos, sementes, além de itens alternativos de baixo custo.
“O projeto é a forma que encontrei de dar à comunidade necessitada o acesso à informação e ao conhecimento acadêmico de uma maneira decodificável e aplicável. Também uma oportunidade para contribuir com a mudança social na expectativa de que boas ações possam ser difundidas e sirvam de exemplo”, afirmou a coordenadora da iniciativa, a publicitária e professora do IFRJ-CEPF Viviam Lacerda.
O evento recebe o apoio de colaborações locais, como da Secretaria de Políticas Públicas e Assistência Social do Município, do Instituto Federal do Rio de Janeiro, campus Engenheiro Paulo de Frontin (IFRJ-CEPF), de uma rede de supermercados da região e de policiais do batalhão local integrantes da Patrulha Maria da Penha.