A cacique Majur Traytowu, de 32 anos, a primeira indígena transexual no estado, conseguiu reiterar seu nome na Justiça neste mês. A cacique lidera a Aldeia Apido Paru da Terra Indígena Tadarimana, em Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá,
“Estou me sentindo uma pessoa realizada. Diante de tanto preconceito, eu sinto que estamos quebrando uma barreira”, pontuou.
Majur se tornou cacique no final de 2021, após o pai ser afastado por motivos de doença.
Segundo o cacique geral da Reserva Indígena Tadarimana, Cícero Kawdora, a transição de gênero é vista com naturalidade na cultura Boé Bororo.
“Isso já vem desde o fundamental, no tempo do nosso avô já era falado sobre isso (transição), já é normal para nós”, ressaltou.
Além do reconhecimento cultural, indígenas que fizeram a transição de gênero podem ser reconhecidos oficialmente pela Justiça. A retificação dos documentos é realizada pela Defensoria Pública de Mato Grosso.
Para realizar a mudança de nome, indígenas e não indígenas devem procurar o Cartório do Registro Civil e levar os documentos pessoais, principalmente a certidão de nascimento. O processo é gratuito.
Confira os documentos necessários:
- Certidão de nascimento
- Título de eleitor
- Registro Geral (RG)
- Cadastro de Pessoas Físicas (CPF)
- Certidões negativas na Justiça Eleitoral, Estadual, Federal e Militar
- Certidão de protesto