A Justiça marcou para o dia 31 de outubro a audiência de julgamento da estudante de medicina da USP Alicia Dudy Muller Veiga.
A estudante foi denunciada pelo Ministério Público sob acusação de estelionato após ela ter confessado o desvio de R$ 937 mil arrecadados pelos colegas da faculdade para o pagamento da formatura.
Em depoimento à polícia, ela disse que o dinheiro não estava sendo bem gerido pela empresa contratada para cuidar da formatura e que resolvera administrá-lo por conta própria, mas que acabou realizando péssimas aplicações financeiras, perdendo valores. Alicia disse ainda que tentou recuperar os recursos fazendo apostas em uma lotérica.
O advogado Sérgio Giolo, que representa a estudante, disse à Justiça que ela é inocente, mas o pedido de absolvição sumária foi rejeitado. O juiz responsável pelo caso considerou haver “indícios de autoria e materialidade” do crime, o que justifica a decisão de torná-la ré.
Procurado pela coluna, o advogado disse que a inocência da estudante ficará comprovada no curso da ação penal, mas que não pode revelar detalhes da defesa apresentada, pois o processo tramita sob segredo de Justiça.
A investigação contra a estudante começou depois que uma colega registrou um boletim de ocorrência na polícia. Alícia teve o seu sigilo bancário quebrado, de modo que foi possível rastrear o uso dado a parte do dinheiro.
Segundo a polícia, ela comprou um IPad Pro de R$ 6 mil, alugou um apartamento por R$ 3700 durante cinco meses (incluindo o valor do condomínio) e alugou um carro por R$ 2 mil.
“São 110 alunos que se esforçaram para entrar na faculdade de medicina da USP e agora estão vendo esse sonho [da formatura] correndo risco”, afirmou em janeiro a delegada Zuileika Gonzalez Araújo.
