A oficialização da possível indicação de Cristiano Zanin para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) está cada vez mais próxima de ocorrer. Zanin é conhecido por sua atuação na defesa do ex-presidente Lula em processos da Lava-Jato, sendo responsável pela tese que levou à absolvição de Lula nos casos que resultaram em sua prisão.
Conforme o jornal O Globo, a avaliação dos magistrados é de que, mesmo tendo atuado como advogado pessoal de Lula, isso não o desqualifica para ocupar o cargo de ministro do STF, uma vez que outros ministros também desempenharam funções públicas relacionadas à defesa de presidentes ou políticos antes de ingressarem na Corte. Gilmar Mendes, Dias Toffoli e André Mendonça, por exemplo, ocuparam anteriormente o cargo de Advogado-Geral da União (AGU), responsável pela defesa dos interesses do governo.
Para alguns membros do Supremo, o fato de Zanin precisar se declarar impedido em processos envolvendo casos da Lava-Jato não será um obstáculo para seu trabalho no tribunal. É comum que novos magistrados tenham que declarar impedimentos ou suspeições em casos nos quais já atuaram. Na visão desses ministros, o argumento do impedimento ou da falta de “impessoalidade” faz parte do jogo político, mas deixará de existir assim que o nome indicado por Lula for aprovado.
Esses ministros também destacam que, no momento, Zanin é o único nome favorito e que a busca por outras candidaturas praticamente parou nas últimas semanas. Outro nome forte que circulava nos bastidores era o do advogado Manoel Carlos de Almeida Neto, discípulo do ministro aposentado Ricardo Lewandowski. Na sexta-feira, durante um churrasco no Palácio da Alvorada, estiveram presentes Lula, Lewandowski, ministros do governo e membros da Corte, como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. A vaga aberta no STF foi um dos temas discutidos, e os convidados saíram com a certeza de que Zanin continua sendo a principal alternativa.
