Uma nova modalidade de divórcio vem ganhando cada vez mais espaço entre inúmeros casais que desejam se separar e priorizam o bem-estar e a saúde emocional de seus filhos. Chamado de “Birdnesting” – na tradução livre, ninho de pássaros – possui como principal objetivo fazer com que os filhos não precisem mudar radicalmente suas rotinas e proporciona estratégias para driblar essa fase desafiadora da separação.
Neste modelo, são os pais que se “mudam” durante o período que foi estabelecido na guarda compartilhada, e os filhos permanecem na mesma casa, enquanto os adultos se deslocam entre duas moradias. A ideia é manter um ambiente controlado, saudável e estável para que eles não sofram com o divórcio.
Embora ainda seja um conceito desconhecido por muitos, em vários países, como nos Estados Unidos, Austrália e Holanda, cada vez mais pessoas vêm adotando essa prática, assim como aponta o estudo da Coop Services, no Reino Unido, onde 11% dos casais divorciados já experimentaram a modalidade.
Compreende-se que para tal prática funcionar, ambas as partes necessitam manter um bom relacionamento, superando as dificuldades com uma comunicação clara e colocando em primeiro plano o bem-estar dos filhos.
Para a advogada Fernanda Lins, membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM), “a prática funciona por um determinado período de tempo, até que as crianças estejam acostumados com a separação dos pais. É preciso um grande fôlego financeiro para que seja viável manter por um longo período o sustento de três casas”, pontua.
A ideia, segundo ela, é que tal formato dure até uns dois anos, tempo esperado para finalizar a ação de divórcio e que ajustes paralelos sejam feitos, incluindo à venda do imóvel comum do ex casal.
“Vale lembrar que a alternativa apenas se torna compatível com aqueles que se separaram, mas que se dão bem, têm empatia e respeito. Caso contrário, na prática não funcionaria”, afirma.
Para a advogada, manter as necessidades dos filhos acima das suas pode ser benéfica aos pequenos, mas certamente terá desconfortos emocionais ao casal que está no processo de separação, pois envolve uma certa aproximação nesse compartilhamento do lar, mesmo que o outro não esteja presente.
Com informações do Rota Jurídica