A Polícia Federal foi acionada para investigar o ataque hacker sofrido pela Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) na quarta-feira 6. Desde então, parte dos sistemas da seção judiciária estão fora do ar e, com isso, os prazos dos processos afetados e o atendimento presencial foram suspensos por tempo indeterminado.
Peritos federais estiveram na sede da JFPE, informou a PF nesta quinta-feira 7, e trabalham no levantamento de informações para apontar como foi o procedimento utilizado e a origem do ataque cibernético.
Enquanto os sistemas não são restabelecidos, uma página provisória foi disponibilizada, que pode também ser acessada a partir do site do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5), para chegar até os serviços que seguem disponíveis.
De acordo com a JFPE, os sistemas que funcionam são aqueles que estavam em ambientes computacionais segregados, como é o caso do Processo Judicial Eletrônico (PJe) 2.X e o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (Seuu).
“Por conta disso, todos os prazos processuais, exceto os de processos que tramitam no PJe 2.X e Seuu, se encontram suspensos, assim como o atendimento presencial”, informou a seção judiciária no estado.
Em comunicado, a JFPE afirmou também que está buscando minimizar os prejuízos e assegurando “exclusivamente o exame de matérias de comprovada urgência, como aquelas relativas à liberdade de locomoção, a perecimento de direito, à medida cautelar, de natureza cível ou criminal, que da demora possa resultar risco de grave prejuízo ou de difícil reparação”.
Para tratar de questões relacionadas a processos distribuídos, sejam eles arquivados ou em tramitação, a orientação é entrar em contato com a unidade judiciária, preferencialmente, por e-mail ou pelos demais canais de atendimento disponíveis no site provisório.
Outros ataques no Judiciário
Esse não é o primeiro ataque cibernético sofrido por tribunais ao redor do país. Em março, Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), em São Paulo, foi alvo de um ataque hacker que deixou indisponíveis todos os serviços prestados pela corte.
Em fevereiro deste ano, o Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES) também sofreu um ataque semelhante.
Outro caso aconteceu em novembro de 2020, quando o Superior Tribunal de Justiça informou que o sistema de informática da Corte também havia sido invadido por um ataque hacker e o tribunal pediu investigação da Polícia Federal.
Em junho de 2021, a Polícia Federal também prendeu duas pessoas durante a Operação “LEET”, que tinha o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em ataques cibernéticos ao Supremo Tribunal Federal, ocorrido em maio daquele ano. As ordens de prisão foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes.
A tentativa de invasão tirou o site do STF do ar. Na ocasião, os técnicos afirmaram que não foram acessadas informações sigilosas, nem houve sequestro do ambiente virtual, como ocorreu com o Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2020.
Com informações do G1