Mesmo com as portas fechadas e trabalho home office, as despesas da OAB Bahia chegaram a quase R$ 20 milhões em pleno ano de pandemia. O elevado montante vem sendo questionado por advogados devido à falta de transparência. Aumentam as especulações sobre muitos gastos supérfluos que ainda não foram confirmados porque a OAB Bahia não apresenta em seu portal o demonstrativo das despesas pagas. Tudo isso reforça o pleito dos advogados pela redução da anuidade no estado.
“Para onde foi o dinheiro das nossas anuidades? Não temos acesso a praticamente nada e o pior é que não sabemos qual o destino das nossas anuidades”, questiona Caio Rocha, advogado há seis anos. “Esse sentimento de indignação com a OAB Bahia não é só meu mas de todos os jovens advogados que trabalham comigo no escritório”, pontua.
Já o advogado Matheus Moura usou as redes sociais para protestar. Ele mostrou a tela da execução orçamentária do exercício 2020 da OAB-BA, único documento disponível no portal da transparência que confirma as despesas de custeio no valor total de R$ 19.191.473,62.
“Gastar quase 20 milhões em plena pandemia com a Justiça fechada, e ainda apresentar superávit milionário, só na OAB Bahia. É por isso que defendo a redução da anuidade já!”, escreveu.
Após receber relatos de possíveis despesas que em nada condizem com as necessidades dos advogados baianos, a JuriNews buscou, sem sucesso, confirmar as referidas despesas no portal da transparência da OAB-BA.
Procurada pela nossa reportagem para comentar os gastos da Seccional baiana da OAB na pandemia, Ana Patrícia Dantas Leão, candidata de oposição ao grupo que comanda a entidade há cerca de 15 anos, destacou a sua proposta de redução da anuidade com 100% de desconto para a primeira e segunda anuidades, 50% de desconto na terceira, quarta e quinta anuidades e 20% de desconto a partir do sexto ano de inscrição.
“É possível sim reduzir a anuidade. Uma OAB que gaste R$ 20 milhões de custeio em um ano de pandemia não me representa e não representa os profissionais baianos. É por não concordar com uma gestão que não priorize as pessoas e as necessidades das advogadas e dos advogados durante a pandemia que eu estou apresentando um caminho diferente, o caminho do resgate e da pluralidade na OAB Bahia e, sobretudo, um olhar acolhedor das advogadas e dos advogados”, disse Ana Patrícia.
