No terceiro painel do webinar Trabalho Infantil Artístico e o Mundo Digital promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), especialistas apontaram os riscos que influenciadores-mirins, como são chamadas as crianças que trabalham nas plataformas, correm com a exposição desse tipo de desempenho profissional.
A diretora-executiva do Instituto Alana e presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), Isabela Henriques, advertiu que nos primeiros anos de vida, a criança está em uma fase bastante sensível do desenvolvimento humano, o que faz com que o trabalho nas plataformas provoque consequências para todo o seu futuro.
“Quando pensamos nesse desenvolvimento integral da criança e do adolescente, considero fundamental que a gente olhe para os ambientes em que estão inseridas, sob a perspectiva do ambiente digital e também dos ambientes tradicionais”, alertou.
A presidente do painel “Influenciadores Mirins nas Plataformas Digitais”, conselheira do CNJ, Jane Granzoto, ressaltou a importância social e jurídica do evento, dado o contexto que envolve o trabalho infantil.
Estudo realizado antes da pandemia pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostrou que um terço dos usuários de internet no mundo eram crianças e adolescentes. No Brasil, 93% de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos de idade usam a Internet, de acordo com pesquisa realizada em 2021 pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic).
George Valença, mestre e doutor em Ciências da Computação, analisou os padrões de manipulação adotados pelas plataformas digitais. Segundo ele, os influenciadores digitais mirins estão suscetíveis aos riscos da falta de privacidade e da exposição excessiva. “Tamanha exploração causa danos para crianças e, geralmente, começa com o apoio da família”, disse.
Com informações do CNJ