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Justiça Federal recebe denúncia do MPF contra apresentador de TV da Paraíba por racismo

Foto: Divulgação/OAB-AL
Foto: Reprodução

jurinews.com.br

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O Juízo da 16ª Vara Federal em João Pessoa (PB) recebeu denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o apresentador do programa Correio Verdade, da afiliada da TV Record na Paraíba, Emerson Machado Lima, também conhecido por “Mofi”, por crime de racismo. Segundo a denúncia, o apresentador proferiu discurso de ódio contra a religião Candomblé durante a transmissão do programa no dia 28 de abril de 2021.

O réu teria praticado o crime de forma livre e consciente, com dolo direto, tipificado no Artigo 20 da Lei 7.716/1989. O discurso teria sido veiculado por meio do canal da TV na plataforma YouTube, com amplitude de alcance transnacional, durante a cobertura de crime de homicídio de uma jovem de 22 anos, que chocou a sociedade.

O vídeo comprova agressões raciais contra religiosos da matriz Candomblé que sofreram constrangimentos e humilhações após a fala do apresentador na televisão.

“Este crime de homicídio que estava sendo revelado à época, por sua natureza já incitava o ódio e a revolta da população em geral. Utilizar-se desse ambiente hostil para incendiar a população contra a religião do Candomblé, numa suposta simbiose desses conceitos (homicídio e candomblé) incita, de forma radical, cruel e proposital a discriminação em razão da religião”, denunciou o MPF.

Provas contundentes

Para o Ministério Público, a prática do racismo em questão foi bastante contundente e ultrapassou os limites da liberdade de expressão. O apresentador teria condenado todos os praticantes da religião em questão e tentado fazer com que todos os expectadores fizessem o mesmo, em um discurso generalizado sobre a crença.

Diante dos fatos apresentados, o MPF pede aplicação de pena privativa de liberdade e multa, além de reparação dos danos sociais e prejuízos causados à coletividade. Para o órgão ministerial, a prática do racismo inaceitável e, por isso, defende que deve ser combatida em todas as suas formas.

Redação Jurinews, com informações do MPF

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