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Barroso diz não ver prejuízo da credibilidade das eleições

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As eleições 2020, realizadas em meio a uma epidemia, com níveis de abstenção acima do normal, ataque hacker aos sistemas eleitorais e problemas ténicos na apuração dos votos, terminaram neste domingo (29/11) sem prejuízos à credibilidade do sistema. É a opinião do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luís Roberto Barroso.

“Houve zero de prejuízo para a credibilidade do sistema. Não há possibilidade de você fraudar o sistema”, apontou o ministro, nesta noite, após o cômputo total dos votos em segundo turno. Ele descartou que os problemas enfrentados tenham surtido efeito na confiança que a sociedade brasileira tem no sistema e fez avaliação positiva.

A fala do ministro foi dada em contraste às declarações do presidente Jair Bolsonaro, que neste domingo disse que espera que em 2022 “tenhamos um sistema seguro”. Classificou o voto impresso como uma necessidade e que as reclamações são “demais”. Também falou que as pessoas poderão continuar votando sem ter certeza de que o voto realmente foi para aquela pessoa.

“Se o presidente ou qualquer pessoa tiver alguma comprovação de fraude em algum momento desde 1996 até hoje, eu diligenciarei no sentido de apurar. Eu sou juiz, eu lido com fatos. Não posso me impressionar com a retórica política que faz parte de um jogo que não me cabe jogar”, afirmou Barroso.

Ele destacou que, objetivamente não existe hoje possibilidade de voto impresso, uma vez que o Supremo Tribunal Federal a declarou inconstitucional porque, além do custo excessivo de implementação, representaria risco real ao sigilo do voto.

“Respeitando opinião de todos, penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral. Considero que traria grande tumulto para o processo eleitoral”, disse.

Ainda sobre a confiabilidade do sistema pela população, o ministro Barroso afirmou que não tem controle sobre o imaginário das pessoas. “Tem gente que acha que a Terra é plana, que o homem não chegou na Lua e que o Trump venceu as eleições. É o imaginário sobre o qual não tenho poder”, minimizou.

Sobre a abstenção, o TSE divulgou que chegou foi de 29,47%, a maior desde 1996. Para Barroso, é um nível maior do que o desejado, mas menor do que o temido, tendo em conta o contexto da pandemia.

“Se consideramos que conseguimos realizar uma eleição numa pandemia com mais de 70% de comparecimento, eu olharia para o copo meio cheio, não meio vazio. Foi uma grande realização”, acrescentou.

Fonte: Conjur

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