Nesta terça-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade cassar o registro de candidatura do deputado federal Deltan Dallagnol. A corte considerou que Dallagnol estava inelegível devido à sua saída do Ministério Público Federal (MPF) enquanto enfrentava procedimentos disciplinares no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Raul Araújo, Carlos Horbach, Sergio Banhos e Nunes Marques acompanharam o entendimento do relator, Benedito Gonçalves, que entendeu pela cassação. O processo foi movido pela federação liderada pelo PT e pelo Partido da Mobilização Nacional.
Dallagnol foi o responsável pela força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba. Em 2019, ele se tornou alvo de várias queixas no CNMP devido à forma como conduzia as investigações, incluindo trocas de mensagens de texto com o então juiz Sergio Moro, que supostamente ajudaram a procuradoria a formular as denúncias.
Em 2021, Dallagnol anunciou a saída do MPF para ingressar na política, filiando-se ao Podemos, partido que tinha Moro como pré-candidato à Presidência da República na época. Apesar da saída de Moro do partido posteriormente, Dallagnol permaneceu e foi eleito pelo Paraná em 2022, recebendo 344.917 votos.
Desde que assumiu, Dallagnol enfrentou uma carreira conturbada na Câmara, fazendo oposição a Lula, sendo acusado de disseminar notícias falsas no Twitter e envolvendo-se em discussões constrangedoras com membros do governo.
A decisão determina que o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) recontabilize os votos recebidos por Dallagnol e redistribua-os ao Podemos como votos em legenda.