O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou que as urnas eletrônicas às quais o Partido Liberal (PL), partido do presidente Jair Bolsonaro, atribuiu um suposto “mau funcionamento” foram utilizadas tanto no primeiro quanto no segundo turno das eleições. Ele se referia à representação feita ao TSE pelo PL nesta terça-feira (22) para anular anular votos de quase 280 mil urnas eletrônicas nas eleições do último dia 30 de outubro.
Em decisão logo após receber o pedido do PL, Moraes determinou que o partido adite a petição inicial para questionar também o primeiro turno. O presidente do TSE considerou que as urnas utilizadas em ambos os turnos foram as mesmas.
No despacho, Moraes pede que o partido apresente a relação de urnas supostamente defeituosas nos dois turnos.
“As urnas eletrônicas apontadas na petição inicial foram utilizadas tanto no primeiro turno, quanto no segundo turno das eleições de 2022. Assim, sob pena de indeferimento da inicial, deve a autora aditar a petição inicial para que o pedido abranja ambos os turnos das eleições, no prazo de 24 horas”, decidiu o ministro.
Com base em relatório feito por um instituto que já é investigado por “fake news”, o PL pediu ao TSE que invalide os votos computados em 279.336 urnas usadas no segundo turno. A recontagem, segundo o relatório, daria a vitória a Bolsonaro e não ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Os detalhes do relatório não foram apresentados.
Em representação protocolada na Corte Eleitoral na tarde desta terça-feira, o PL anexa o que chama de auditoria feita pelo Instituto Voto Legal (IVL) segundo a qual apenas as urnas do modelo de 2020 (40,82% do total) “geraram arquivos idôneos”.
As demais – dos modelos de 2009, 2010, 2011, 2013 e 2015 – teriam apresentado “inconsistências graves e insanáveis” e não poderiam ser levadas em conta pelo TSE, segundo o partido. A retotalização, aponta ainda o relatório, resultaria em 51,05% dos votos válidos para Bolsonaro contra 48,95% para Lula.