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TSE tem duas ministras negras na bancada do Plenário pela primeira vez na história e sessão com maioria feminina

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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve nesta quinta-feira (9), pela primeira vez, duas ministras negras na bancada do plenário.

“Temos pela primeira vez na história do Tribunal Superior Eleitoral duas ministras negras na bancada”, disse o presidente da corte, ministro Alexandre de Moraes, ao abrir a sessão dando destaque à presença das magistradas suplentes, Edilene Lôbo e Vera Lúcia Santana Araújo.

A sessão de julgamento teve ainda outro destaque por ter sido a quarta vez que o plenário contou com maioria feminina. Na bancada, além de Edilene Lôbo e Vera Lúcia, estavam as ministras Cármen Lúcia e Isabel Gallotti e três ministros, Alexandre de Moraes, Raul Araújo e Nunes Marques.

A ministra Edilene Lôbo foi a primeira mulher negra a assumir uma cadeira na corte eleitoral, em setembro de 2023. Já Vera Lúcia foi nomeada em dezembro do mesmo ano.

“A bancada de julgamento de hoje realça que é crucial a superação da desigualdade de gênero e de raça nos espaços decisórios no Brasil. Vejo que uma sociedade assentada na desigualdade não tem um futuro próspero”, disse Edilene.

Ambas são suplentes da corte. Com a ausência de dois titulares, foi possível ter a presença das duas na sessão.

Para a ministra Vera Lúcia, o registro da sessão histórica deve “renovar os compromissos com a cidadania e com a promoção da dignidade da pessoa humana como pressupostos garantidores de que sejamos, efetivamente, um Estado democrático de Direito”.

Também presente na sessão, a ministra Cármen Lúcia, futura presidente do TSE, falou sobre a disparidade entre homens e mulheres em cargos de poder e da sub-representatividade a grupos como a população negra.

“Nós temos a maioria da população de mulheres e a maioria da população brasileira é negra. A representação nos espaços de poder é diminuta se for levado em consideração esse dado, que revela apenas uma estrutura de organização social e de organização de poder que nos coloca numa posição de desprestígio, desvalor e até mesmo de impossibilidade real de igualdade entre mulheres e homens para participar e contribuir”, disse.

QUEM SÃO AS MINISTRAS

Edilene Lôbo é doutora em direito processual civil pela PUC-Minas. Atualmente, Lôbo é professora convidada da Universidade de Sorbonne (França), onde leciona sobre democracia, direitos políticos, eleições e milícias digitais na América Latina.

Vera Lúcia tem mais de 30 anos de atuação e já atuou no Conselho Penitenciário do Distrito Federal e na Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB. Atualmente, compõe o Conselho Econômico e Social da Presidência da República e integra a Executiva Nacional da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

Em nove décadas de Justiça Eleitoral, 12 mulheres integraram o plenário do TSE como ministras efetivas ou substitutas: Ellen Gracie, Eliana Calmon, Nancy Andrighi, Cármen Lúcia, Laurita Vaz, Maria Thereza de Assis Moura, Rosa Weber, Luciana Lóssio, Maria Cláudia Bucchianeri Pinheiro, Maria Isabel Gallotti Rodrigues, Edilene Lôbo e Vera Lúcia Santana Araújo.

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