O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes se manifestou sobre o assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda pelo agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho.
“A intolerância, a violência e o ódio são inimigos da democracia e do desenvolvimento do Brasil. O respeito à livre escolha de cada um dos mais de 150 milhões de eleitores é sagrado e deve ser defendido por todas as autoridades no âmbito dos Três Poderes”, postou Alexandre de Moraes em seu perfil no Twitter.
Marcelo Arruda comemorava seu aniversário de 50 anos com uma festa decorada em homenagem ao Partido dos Trabalhadores (PT) e ao ex-presidente Lula, na noite desse sábado (9), em Foz do Iguaçu.
Apoiador do presidente Jair Bolsoanro (PL), Jorge Guaranho teria invadido a festa aos gritos “Bolsonaro” e “mito” e atirado em Marcelo Arruda.
Assassino está preso sob custódia
Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda na noite deste sábado (9), está internado em estado estável em um hospital de Foz do Iguaçu (PR). As informações foram passadas pela delegada à frente do caso, Iane Cardoso, em coletiva de imprensa na tarde deste domingo (10).
“A informação que a gente tem é que o agente penal (Guaranho) não veio a óbito. De acordo com a esposa dele, pelo contrário, está em estado estável”, afirmou em coletiva de imprensa. Inicialmente, a Polícia Civil do Paraná havia informado que Jorge José tinha morrido.
A delegada ainda frisou que o agente penitenciário está sob custódia da polícia, mesmo internado. “Inclusive, ele foi autuado em flagrante. O delegado que estava de plantão ontem autuou o indivíduo em flagrante delito. Ele está custodiado pela Polícia Militar enquanto recebe auxílio médico”, frisou Iane.
A delegada também não afastou a possibilidade de conflito político. Segundo ela, as investigações seguem nesse sentido. Iane também afirmou que existe a possibilidade de os dois se conhecerem. Segundo o relato, Guaranho seria um diretor do estabelecimento que acontecia a festa onde Arruda foi assassinado.
“Não há histórico de conflito anterior. A informação que a esposa do agente penal deu é que ele era diretor também do local em que estava ocorrendo a festa. Por isso a gente deduz que talvez eles se conhecessem, mas tudo é muito recente ainda e a gente tem que apurar”, disse a delegada.
Bolsonarista se diz cristão, conservador e antiviolência
O policial penal Jorge José da Rocha Guaranho – que executou a tiros o tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) Marcelo Arruda – já defendeu em suas redes sociais uma forte punição para qualquer ação violenta.
Nas redes sociais, ele afirma ser cristão e conservador, possui várias publicações pró-governo e endossa o discurso a favor do armamento da população, além de se posicionar contra o aborto e as drogas.
Em dezembro de 2018, Guaranho compartilhou uma notícia no Facebook sobre um projeto de lei que visava o aumento da pena para quem maltrata animais. Na legenda, ele escreveu que “todo tipo de violência deve ser firmemente punido, seja contra os homens, seja contra os animais indefesos”.
Em janeiro do ano seguinte, na mesma rede social, o policial, que diz ser 200% Bolsonaro, fez uma publicação pró-armamentista. “Estão criticando quem quer arma (…) e que pobre não pode comprar. Será que eles sabem quanto custa um iPhone?”, escreveu.
Com inúmeras críticas à esquerda, o policial penal também já questionou a qualidade da educação universitária. “As universidades públicas viraram um puxadinho do PT. E ainda tem gente que diz que não existe doutrinação”, criticou em uma publicação feita em outubro de 2018.
Com informações do Correio Braziliense