O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou que o Secretário de Administração Penitenciária do Distrito Federal explique se tem condições de cuidar do ex-ministro e ex-secretário Anderson Torres, que está preso no Batalhão de Aviação Operacional, desde janeiro deste ano.
Torres foi detido dias depois dos atos golpistas do dia 8 de janeiro, em Brasília. Ele é suspeito de conivência com as ações dos vândalos. Ex-ministro de Jair Bolsonaro, ele foi empossado como secretário de Segurança Pública no Distrito Federal, pelo governador Ibaneis Rocha, dias antes da confusão na Praça dos Três Poderes.
Apesar de estar há poucos dias na função, ele decidiu sair de férias com a família, nos Estados Unidos. Nesse interim, houve graves falhas no policiamento, que facilitaram a ação dos vândalos golpistas, entre elas, a falta de efetivo suficiente para conter os ânimos dos mais exaltados.
Ainda antes da prisão, uma operação encontrou na casa dele uma minuta de decreto, que instituiria o Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral, logo depois das eleições, em que Bolsonaro saiu derrotado. Isso piorou a situação de Torres.
Desde então, a defesa vem insistindo em pedidos de habeas corpus, alegando a piora no estado psiquiátrico de Torres. Segundo os advogados dele, o ex-secretário está entrando em depressão severa. Uma médica da Secretaria de Saúde do Distrito Federal teria identificado a piora e afirmado que a medicação aplicada é insuficiente.
Moraes quer que a Seap diga se o Batalhão de Aviação Operacional possui condições de fornecer o tratamento necessário ou se considera melhor transferi-lo para o hospital penitenciário.
Mais cedo, o ministro Luís Roberto Barroso havia negado mais um pedido de liberdade, baseado justamente no laudo da mesma médica.