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Ministro Bruno Dantas é empossado presidente do TCU e faz críticas sociais: ‘Brasil viveu ciclo de retrocessos’

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O ministro Bruno Dantas assumiu, nesta quarta-feira (14), a presidência do Tribunal de Contas da União (TCU). Em seu discurso de posse e acompanhado na primeira fila pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Dantas disse que o Brasil viveu, nos últimos anos, o ciclo de retrocessos, com aumento recorde da pobreza.

O novo presidente da Corte de contas, que assume o posto para um mandato de um ano, podendo ser prorrogado por mais um ano, criticou ainda a postura de supostos “patriotas” que destroem o patrimônio público e que “drenam a energia a alegria” do povo.

“Não é patriota quem emprega violência, quem destrói o patrimônio público ou privado, quem agride terceiros por diferenças ideológicas, quem se arma para derramar o sangue de seus patrícios”, disse Bruno Dantas. “Não é patriota quem drena a energia, a alegria e a paz do seu povo. Patriota é aquele que ama o seu País, patriota é quem busca fortalecer as instituições republicanas e democráticas, patriota é a parcela da sociedade brasileira que quis e participou ativa e pacificamente para a recuperação da cidadania vendo triunfar a democracia contra o arbítrio, na promulgação da Constituição de 88″.

Membros do governo Bolsonaro também acompanharam o evento, como o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-ministro da Infraestrutura e governador eleito por São Paulo, Tarcísio de Freitas. Além de Lula, a cerimônia de posse contou com a presença do vice Geraldo Alckmin, dos presidentes do Senado e da Câmara, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, ministros do Supremo Tribunal Federal, presidente da OAB Nacional Beto Simonetti, entre outras autoridades.

Bruno Dantas disse que “quebrou o protocolo” da cerimônia, convidando o ministro do STF Alexandre de Moraes a compor a mesa principal. O ex-presidente José Sarney também esteve presente.

O novo presidente do TCU anunciou que o tribunal vai criar um ranking nacional de transparência dos municípios. Dantas procurou pautar seu discurso com críticas sociais, destacando o crescimento da fome e da pobreza, para dizer que cabe ao tribunal atuar com ações voltados ao interesse público.

“Nos últimos anos, vivenciamos um verdadeiro retrocesso civilizatório, em que o alarido das redes sociais e a instabilidade institucional relegaram ao segundo plano o que deveria ser prioritário em nossa sociedade. Eis o resultado. A fome e a pobreza, que gradativamente se afastavam de nós, voltaram a atormentar o país em níveis elevados, atingindo mais bruscamente as mulheres, as crianças e as pessoas negras”, disse Dantas, ao destacar que, em 2021, a pobreza teve aumento recorde e atingiu 62,5 milhões de brasileiros, maior índice desde 2012.

“Hoje, no Brasil, mais de 33 milhões de pessoas não possuem o suficiente para comer, o equivalente à população do Peru ou quase duas vezes a do Equador, de acordo com o Segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia de Covid-19″, disse.



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