O ministro Cristiano Zanin afirmou nesta quinta-feira (27) que não há motivos para se declarar impedido de participar do julgamento da denúncia apresentada pela PGR contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e ex-integrantes de seu governo, acusados de integrar organização criminosa para atentar contra a democracia e planejar um golpe de Estado.
Em ofício enviado ao presidente do STF, Luís Roberto Barroso, Zanin respondeu ao pedido da defesa de Bolsonaro para que ele não participasse do julgamento. “Não vislumbro a presença de quaisquer das hipóteses legais que configuram a suspeição. Tampouco tenho qualquer sentimento negativo que possa afetar minha atuação como magistrado no caso em questão”, escreveu.
A defesa do ex-presidente argumentou que Zanin deveria ser impedido por ter atuado como advogado da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva e por ter movido ações contra a chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Também pediu o afastamento do ministro Flávio Dino, alegando que, quando era ministro da Justiça, ele apresentou queixa-crime contra Bolsonaro.
Zanin destacou que seu único encontro presencial com o ex-presidente ocorreu durante um voo para São Paulo, ocasião em que tiveram uma “conversa republicana e civilizada”. Flávio Dino ainda deverá apresentar sua manifestação sobre o caso. O STF não definiu a data para o julgamento da denúncia.