O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 10 dias para que Márcio Nunes, diretor-geral da Polícia Federal (PF), esclareça as trocas feitas em diretorias da instituição desde fevereiro, quando assumiu o cargo.
A decisão foi proferida nesta segunda-feira 4 e faz parte do inquérito que apura supostas interferências do presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal. Na última quarta (30/3), foi encaminhado relatório da PF ao STF que não identificou indícios de irregularidade.
O caso refere-se a quando o então ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), acusou o presidente da República de interferir em investigações da PF. Moraes despachou a partir de representação do senador Randolfe Rodrigues (Rede), que pediu que Márcio Nunes não possa mais trocar delegados responsáveis por investigações que envolvam autoridades com foro privilegiado.
Relembre o caso
Moro acusou Bolsonaro de desrespeitar a autonomia da PF, ao cobrar a demissão do então chefe da instituição, Maurício Valeixo, e querer colocar outra pessoa no cargo.
Valeixo era homem de confiança de Moro e chegou à direção da PF indicado pelo próprio ex-juiz. Quando o presidente solicitou a troca no comando da corporação, o então ministro tentou reverter a decisão, mas, sem sucesso, acabou pedindo demissão, e fez a denúncia contra o presidente.
Moro disse que Bolsonaro cobrou a troca do chefe da Polícia Federal no Rio de Janeiro e exonerou o então diretor-geral da corporação. O objetivo, segundo o ex-ministro, seria blindar investigações de aliados. Desde então, Moro e Bolsonaro tornaram-se desafetos.
Com informações do Metrópoles