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Segurança que pediu a cliente para tirar roupa para provar não furtou é condenado em SP

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Um segurança que fazia parte de uma rede atacadista no município por discriminação e preconceito racial contra um cliente foi condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). O caso aconteceu em 6 de agosto de 2021, quando o metalúrgico Luiz Carlos da Silva foi acusado de furto e abrigado a tirar parte da roupa no supermercado.

A pena foi fixada em um ano de prestação de serviços à comunidade, a ser realizado em entidade a ser indicada por associações de defesa de direitos de afrodescendentes, e pagamento de 10 dias-multa. Cabe recurso da decisão e o réu poderá apelar em liberdade.

De acordo com os autos do processo, a vítima pesquisava preços no atacadista quando foi abordada por seguranças. Como a situação estava demorando para se resolver, o homem se desesperou e começou a se despir para comprovar que não havia furtado, cena que foi presenciada por diversos consumidores.

“Não há como ver toda a cena vexatória e humilhante a que se submeteu a vítima no presente caso e não remeter ao racismo cotidiano. Necessária uma lição de humildade e de se colocar no lugar da vítima para entender o que ela pensou e como se sentiu naqueles momentos”, destacou.

Segundo o registro policial, o homem negro foi abordado por dois seguranças que suspeitaram que o cliente havia furtado produtos da loja, e teve que se despir na frente das outras pessoas que estavam no local.

A esposa do homem, que à época tinha 56 anos, disse à EPTV, afiliada da TV Globo, que o marido tinha ido ao supermercado para pesquisar preços e acabou optando por não comprar nada. Na saída, foi abordado pelos funcionários do local, que o teriam feito tirar a blusa de frio e a calça para provar que não havia levado produtos sem pagar.

Após o ocorrido, o homem ficou nervoso, começou a chorar e precisou ser acalmado pelos próprios funcionários em um canto da loja, onde várias pessoas criticaram a atitude dos seguranças, conforme mostra o vídeo.

RACISMO

Em novembro de 2022, pouco mais de um ano após o ocorrido, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou por racismo duas pessoas envolvidas na abordagem. Foram denunciados por discriminação e preconceito de raça um funcionário do estabelecimento e um segurança terceirizado.

De acordo com a promotora de Justiça Florenci Cassab Milani, os denunciados agiram sem que qualquer acompanhamento prévio tivesse sido feito pelo setor de vigilância com câmeras e que pudesse indicar a possibilidade de que o cliente tivesse realizado um furto.

Ainda assim, segundo a denúncia, o homem foi seguido, abordado e indevidamente revistado.

Redação, com informações do G1

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