A Justiça decidiu arquivar nesta sexta, 20, a investigação contra o ex-jogador Paulo Roberto Falcão, de 69 anos, que estava sendo acusado de importunação sexual. A Polícia Civil de Santos havia iniciado um inquérito em 4 de agosto após receber uma denúncia contra o ex-atleta, que atuava como coordenador de futebol do Santos na época.
Falcão pediu demissão do cargo, no qual estava desde novembro de 2022, e negou ter cometido o crime.
“O inquérito policial foi arquivado após manifestação do Ministério Público, acompanhando manifestação da autoridade policial, requerendo o arquivamento por não vislumbrar a ocorrência de crime de importunação sexual”, informou o TJ-SP. A decisão pelo arquivamento foi proferida pelo juiz Leonardo de Mello Gonçalves, da 2ª Vara Criminal de Santos.
Em depoimento à Folha, a autora da denúncia, que preferiu não ter seu nome divulgado, afirmou que o ex-jogador tocou seu braço com seu órgão sexual. Segundo ela, o incidente ocorreu no prédio onde Falcão morava enquanto ocupava o cargo de coordenador do Santos.
Na sua decisão, o juiz alegou que “nem todo contato físico pode ser interpretado como ato libidinoso”. O MP entendeu que a autora da denúncia não mentiu e pode ter se sentido assediada pelo ex-jogador, embora a ação não tenha preenchido os requisitos para ser considerada importunação sexual.
O crime de importunação sexual é punido com uma pena que varia de um a cinco anos de prisão. Tipificado em 2018, consiste na prática de ato libidinoso contra alguém sem o seu consentimento, com o intuito de satisfazer o próprio desejo ou o de terceiros.
Tricampeão brasileiro com o Internacional (1975, 1976 e 1979), Falcão jogou duas Copas pela seleção brasileira (1982 e 1986) e levou a Roma ao título italiano na temporada 1982-83.
