A montadora BYD tomou medidas drásticas ao anunciar o rompimento imediato do contrato com a construtora terceirizada Jinjiang Construction. A decisão veio após uma força-tarefa, composta por diversos órgãos como MPT, MTE, DPU, MPF, PF e PRF, encontrar graves irregularidades nas condições de trabalho e alojamento de 163 operários na construção da nova fábrica da empresa na Bahia.
A inspeção revelou um cenário preocupante: trabalhadores dormindo em camas sem colchões, banheiros inadequados e alimentação mal armazenada. Além disso, a quantidade insuficiente de banheiros químicos e as longas jornadas de trabalho intensificavam as condições degradantes.
Diante disso, a BYD anunciou a imediata transferência dos 163 trabalhadores para hotéis da região, assegurando que todos os direitos trabalhistas serão rigorosamente respeitados. A empresa destacou que, nas últimas semanas, já havia iniciado uma revisão minuciosa das condições de trabalho das terceirizadas envolvidas no projeto, promovendo ajustes quando necessário.
“O compromisso da BYD com a legislação brasileira e a proteção dos trabalhadores é inegociável. Estamos cooperando com as autoridades desde o início e decidimos romper o contrato com a Jinjiang,” afirmou Alexandre Baldy, vice-presidente sênior da BYD Brasil.
A montadora garantiu que medidas adicionais serão tomadas para evitar futuras ocorrências semelhantes, reforçando a fiscalização sobre os parceiros contratados. Com dez anos de operação no Brasil, a empresa ressaltou seu compromisso contínuo com a ética e o respeito aos trabalhadores.
As obras da fábrica, destinada a ser a primeira linha de montagem de automóveis da BYD nas Américas, estão parcialmente paralisadas. A continuidade do projeto será debatida em uma audiência marcada para 26 de dezembro, enquanto a força-tarefa continua suas inspeções.