A Defensoria Pública do Estado de Sergipe, por meio do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos e Promoção da Inclusão Social, entrou com uma ação civil pública contra Léo Lins por shows que fez em Aracaju (SE) com ofensas à comunidade surda em 2022. Na apresentação, o humorista comparou surdos a focas.
Na última quarta-feira (23), a Justiça deu ganho de causa para a defensoria e determinou que Lins apague vídeos em que ofende a comunidade surda de seu canal no YouTube, não somente aqueles realizados na capital sergipana. Caso ele não obedeça, o ex-SBT terá que pagar multa de R$ 3 mil por dia de descumprimento.
Na ação, a Defensoria Pública pleiteou a tutela provisória de urgência de natureza cautelar, requerendo a suspensão das redes sociais do humorista e a exclusão dos vídeos que se refiram às pessoas surdas. O TJ-SE (Tribunal de Justiça de Sergipe) acatou parte do pedido, mantendo suas redes sociais no ar, mas com a retirada das imagens.
Para o defensor público Sérgio Barreto, responsável pela ação e pela acusação no julgamento ocorrido na semana passada, trata-se de um avanço para todas as pessoas que lidam com surdez. “A comunidade surda se sentiu profundamente acolhida”, disse. “É uma grande vitória dos princípios democráticos, das garantias fundamentais e, principalmente, da dignidade humana.”
Não é a primeira condenação de Léo Lins por piadas consideradas ofensivas em seus shows. Em maio, o TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) determinou que o comediante apagasse um espetáculo de seu canal de YouTube por causa de piadas percebidas como racistas e que faziam apologia à escravidão.