Nos contrafortes da Serra Geral em Santa Catarina, além do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, no município de Anitápolis, poucos se detêm nas placas indicando a direção do desfiladeiro conhecido como “Serra da Garganta”.
Foi nesse local – hoje de difícil acesso, mas por onde passava a antiga estrada ligando Tubarão a Florianópolis – que dias depois de desencadeada a Revolução de 30, no Rio Grande do Sul, poucas dezenas de soldados da então chamada Força Pública de Santa Catarina, decididos a oferecer o maior tempo possível à salvaguarda da capital e dos civis atrás da linha de frente, resistiram ao avanço de uma coluna de revolucionários centenas de vezes mais numerosa e mais bem armada.
Em homenagem aos policiais militares mortos no combate, o Comando da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) promoveu a instalação de um monumento nomeado “Heróis da Serra da Garganta”, gravado com trecho do livro “Tombados e esquecidos”, do coronel da reserva Valmir Lemos, que esteve presente na solenidade.
Ele se soma a memorial anterior da PMSC e a uma cruz, que marcam o local onde os catarinenses se entrincheiraram para aguardar o desfecho inevitável.
O Poder Judiciário de Santa Catarina, que prepara exposição sobre o impacto da Revolução de 30 no Estado, e neste mês de dezembro formalizou acordo de cooperação técnica com a PMSC para implementar ações conjuntas de preservação e divulgação da memória, foi representado pela desembargadora Haidée Denise Grin, presidente da Comissão de Gestão da Memória (CGM), do PJSC.
“A integração entre ambas as instituições possibilita recuperar e pesquisar memórias, episódios ou personagens, circunscritos ou não às áreas correspondentes, além da reciprocidade de acesso a artefatos e documentos históricos de guarda e responsabilidade de cada um”, destacou.
Também integrante da CGM, o juiz Márcio Schiefler Fontes, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina (IHGSC), registrou a importância da valorização da memória e da região em si por sua relevância histórica e ambiental, e relacionou o combate da Serra da Garganta a outros fatos históricos.
“Vim até aqui com expectativa, agora muito superada, não só pelo cenário que encontramos, mas pela projeção da Revolução de 30, que se aproxima de seu centenário e certamente voltará a ser vivamente relembrada no país inteiro. Está de parabéns a Polícia Militar por este ato de reconhecimento.”
À frente da solenidade, o comandante-geral da PM catarinense, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, relatou esforços que têm sido feitos no sentido de preservar a memória da corporação em geral e daquele combate em particular, lembrando que a cooperação técnica com o Poder Judiciário ainda prevê a estruturação e a organização do memorial histórico da PMSC e outras atividades de preservação do patrimônio histórico-cultural de Santa Catarina.
Estiveram também presentes, entre outras autoridades militares e civis, o comandante do 11º Comando Regional de Polícia Militar (CRPM), coronel Cleber Pires; o chefe do Centro de Comunicação Social da PMSC, coronel Marcos Aurélio Ramm; o comandante do 37º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Allex Gonçalves Modolon; a prefeita de Anitápolis, Solange Back; o prefeito de Águas Mornas, Omero Prim; o presidente da Câmara Municipal de Anitápolis, Salésio Effting; e o diácono Ricardo José de Souza, vereador de Florianópolis e policial militar da reserva. (Com informações do Centro de Comunicação Social da PMSC)
Com informações do TJ-SC