A rede de farmácias RaiaDrogasil foi condenada a pagar R$ 12 mil em indenização por danos morais a uma ex-funcionária vítima de agressões físicas e verbais por parte de suas superiores hierárquicas. A decisão é da 1ª Vara do Trabalho de Boa Vista (RR).
APELIDOS PEJORATIVOS E AGRESSÕES FÍSICAS
Segundo o processo, a trabalhadora era alvo de humilhações no ambiente de trabalho, sendo chamada de “machuda” e “Neymar”. Além dos insultos, a gerente da unidade chegou a mordê-la no braço durante o expediente e agredi-la com tapas, ameaças e intimidações.
Testemunhas confirmaram os abusos e relataram que a superiora “tinha costume de morder as pessoas e deixar marca”. Outra colega afirmou que a funcionária era frequentemente alvo de comentários depreciativos sobre sua aparência.
A empresa negou as acusações e alegou que não compactua com esse tipo de conduta.
CONDUTA DISCRIMINATÓRIA E OMISSA DA EMPRESA
Para o juiz Gleydson Ney Silva da Rocha, os depoimentos demonstraram um “cenário de terror psicológico”, caracterizado por assédio moral e violência. Ele destacou que os apelidos usados contra a funcionária tinham caráter discriminatório, atingindo sua identidade e aparência.
“A reclamante foi vítima de agressões que ultrapassam o campo profissional e configuram um ataque direto à sua dignidade”, afirmou o magistrado.
Além da indenização, a Justiça determinou que a empresa afixe cinco cópias da sentença no interior da unidade onde a vítima trabalhava, por pelo menos cinco dias, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.